Acabados de regressar de cinco dias em cheio na Madeira. Sábado de manhã houve workshop fora de portas, graças à Associação Xarabanda que nos recebeu de braços abertos. Coser à mão e ao ar livre numa manhã de verão é certamente uma experiência a repetir. Read more →
Monthly Archives: July 2012
madeira
Partimos para a Madeira por uns dias: um filme, um workshop e a Lã em Tempo Real em busca da história dos barretes de vilão.
Imagens do livro Madère de Varvara (1955).
We set off to Madeira for a few days. Tiago is presenting one of his films and I have a patchwork class in Funchal. We will also be doing research and filming for our project Lã em Tempo Real.
meias dos balcãs
Comprei aqui estas meias tradicionais balcânicas, provavelmente turcas. Tive umas em criança, que usei até à exaustão como pantufas, e há uns anos, quando comecei a fazer meias, fascinaram-me as técnicas e padrões usados nesta região. É interessante ver como recentemente passou a ser possÃvel encontrar este tipo de peças à venda online, seja através de empresas que promovem o património etnográfico de regiões especÃficas, seja em páginas criadas por pessoas que encontram novos públicos para o que sempre viram fazer e usar em casa.
Para aprender, o melhor livro é a meu ver o Ethnic Socks and Stockings de Priscilla A. Gibson-Roberts, de que aqui se conseguem ver com detalhe algumas páginas. É aliás um dos meus livros de tricot preferidos, com técnicas raras e claramente explicadas. Os fios a usar devem ser finos, de lã e apropriados para jacquard. Read more →
o cordão da campaniça
Foi numa viola campaniça centenária que vi o cordão antigo que me levou finalmente a estrear a forca de fazer cordão que comprei há uns anos, encomendada neste site. O cordão que se faz com este utensÃlio é diferente dos tipos mais conhecidos. Raro hoje em dia, foi comum noutros tempos, como se vê pelo da fotografia e pelas forcas alentejanas que existem no Museu de Etnologia e no de Arqueologia (apesar de esta última estar mal catalogada). Também o Hernâni Matos tem pelo menos uma na sua belÃssima colecção de Arte Popular. Em Inglês a técnica chama-se luceting, e é fácil encontrar instruções online. O resultado é idêntico ao do tricot de dedos feito apenas em dois dedos, mas a forca permite um trabalho mais rápido e delicado. Read more →
a mala das calças
Um workshop que já não acontecia há algum tempo, em que o objectivo é transformar um par de calças de ganga velhas numa mala. Do grupo de ontem posso dizer sem zangar as outras participantes que a estrela foi a Carlota que, do alto dos seus decididos treze anos, nos impressionou a todos. Read more →
alforges do baixo alentejo
Há cinco anos não sabia grande coisa sobre alforges mas cheguei a casa com um. Entretanto tornaram-se uma das minhas peças têxteis preferidas e já são muitos os que moram comigo. Ontem tivemos o privilégio de ver e fotografar uma colecção informal de alforges antigos do Baixo Alentejo, reunidos pela mão do Pedro Mestre em Sete, terra que há poucas décadas era ainda de cardadores e tecedeiras. Os alforges foram levados da PenÃnsula Ibérica para a América, onde sobrevivem com o nome espanhol (e transmontano) de alforjas, decoradas com as cores e os padrões das populações indÃgenas. Read more →
fia 2012
Estas duas mantas alentejanas não estavam à venda na FIA deste ano. Eram decoração num stand de promoção a alguma coisa de comer ou beber do Alentejo. Nem estava lá a Mizette Nielsen com as de Monsaraz, nem a Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola. A representação da tecelagem alentejana este ano ficou a cargo do Carlos Rosa e das suas três belÃssimas mantas de lã fiada à mão. Há cada vez menos artesãos rurais na FIA, e fazem falta. Também os pavilhões internacionais ficaram reduzidos a um, sem grandes surpresas relativamente à edição anterior. O meu stand preferido, de onde no ano passado tinha trazido umas lindas tulmas, é o do projecto argentino Marias Mosca.
mantas de retalhos
O final de mais um mês de mantas de retalhos, com a Matilde, a Rita e a Ana a chegarem ao fim das suas. Já valia a pena juntar as muitas que têm nascido na Retrosaria para fazer uma exposição. Read more →
são joão das ovelhas
Ontem de madrugada o rebanho que acompanhei há um ano serra acima na companhia da Diane voltou a partir na rota da transumância. Dias antes tÃnhamos estado na Folgosa da Madalena para assistirmos e filmarmos a romaria do São João das Ovelhas. É uma festa de pastores para pastores, sem turistas à vista, em que os rebanhos, em passo de corrida e acompanhados pelos donos, desfilam à vez em volta da capela da aldeia, três voltas num sentido e três no outro (para os animais não ficarem tontos). Vêm a pé de várias aldeias, e repousam tarde fora nos campos vizinhos até o calor abrandar. É nessa altura que chegam à Folgosa, onde as famÃlias os esperam, e a festa acontece. Quase todos trazem os bodes enfeitados com a loiça grande, os chocalhos maiores e mais valiosos, e alguns mantêm o hábito (que vi finalmente ao vivo depois de um ano de espera) de os decorar com as pêras e cabeçadas sobre as quais escrevi antes. Não sei se há por cá outros pastores tão orgulhosos como os da Serra da Estrela, sempre aprumados nos seus casacos de raxa e de cajado na mão. Eu emociono-me sempre que os vejo. Read more →