Posts in Category ‘Ilustração’
finalmente pronta…
…a prenda para a minha mãe. lá dentro:
1. boris vian: le déserteur
2. georges brassens: le petit joueur de fluteau
3. sérgio godinho e jorge constante pereira: canção dos abraços
4. cesária évora: direito di nasce
5. joão gilberto: o pato
6. sérgio godinho: o galo é o dono dos ovos
7. sérgio godinho e jorge constante pereira: pico pico manjerico
8. anónimo: romance da bela infanta
9. radiohead: i will
10. anónimo: cantiga de nanar
11. anónimo (int. montserrat figueras): josé embala o menino
12: “cantiga italiana”
um scanner é como uma máquina fotográfica quando se tem ideias lindas.
salão lisboa
fomos ao salão lisboa.
ana,
lá está ela, no público de hoje (só na versão impressa). mas foi por pouco. e em três horas. fiz uns esboços, dei de mamar e, quando ia para o computador, falta a luz! se não fosse o filipe tinha desisido logo ali. valeu-me um resto de bateria do portátil e muito mimo. acabámos por ir a correr até casa dos meus pais para conseguir enviar a coisa por mail. ufa!
entretanto, e não menos importante, já refiz o meu site. finalmente! agora é catar o que ainda está mal e ir acrescentando o que houver.
puf puf puf…
(quem me dera ter sido eu a fazer esta ilustração)
…
há muito tempo,
foram as sereias apontadas numa ficha de leitura quem me deu vontade de (re)começar a desenhar. esta tem andado por aà mas, se tudo correr bem, hoje desaparece.
estão todos convidados para
:: a flauta mágica :: de w. a. mozart ::
(versão reduzida e traduzida)
com encenação de jorge listopad e
interpretada pelos alunos do
atelier de ópera da escola de música do conservatório nacional
(* figurinos de rosa pomar e mónica azevedo *)
22 de junho @ escola de música do conservatório nacional (entrada livre!)
28 de junho @ teatro da trindade
6 de julho @ centro cultural da gandarinha (cascais)
19 e 20 de julho @ quinta da regaleira
todos os espectáculos às 21h.
adÃlia lopes
a adÃlia lopes deve ser um bocadinho maluca e consta que tem muitos gatos (muitas das pessoas de quem gosto são um bocadinho malucas). eu não conheço a adÃlia lopes. um dia vi-a a tomar café e tive vontade de lhe dizer olá, gosto muito do que escreve (e também gosto de gatos, desde que não façam xixi onde não devem). quando a vi pela primeira vez, a fazer uma performance num armazém pelos lados do conde-barão, não percebi se era uma pessoa ou uma personagem, mas emocionei-me na mesma. ainda não resolvi esta dúvida mas já não estou interessada nisso. no ano passado fiz como exercÃcio para a escola umas ilustrações para as crónicas da vaca fria (que a adÃlia lopes escrevia para o público) e e ainda as acho bonitas.
A Bela Acordada
“Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia era bonita, as pessoas diziam-lhe:
– Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
– Não gosto de ti.
E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.
A mulher pediu a Deus:
– Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para sempre.
Então Deus fê-la feia.
A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço, estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a mastigar.
Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que pescou o peixe.
Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe, descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe morreu.
As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei apaixonou-se pela mulher.
– Será uma sereia ? . perguntaram em coro as criadas ao rei.
– Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito tortas, uma mais curta do que a outra . respondeu o rei à s criadas.
E o rei convidou a mulher para jantar.
Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à mulher quando as criadas se foram embora:
– Eu amo-te.
Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:
– Eu amo-te.
Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no tapete de Arraiolos da casa de jantar.”
in AdÃlia Lopes: Obra, Lisboa, 2001.