A E. deixou de usar chucha este fim-de-semana. Há bem mais de um ano que só a usava para dormir e desde bem antes disso que eu e o F. nos questionávamos sobre a melhor altura para a fazer desaparecer. Nunca fomos grandes apoiantes da dita (a E. só começou a usar chucha por volta dos três meses) e os quase três anos e meio dela já tinham ultrapassado todos os prazos que nos propusemos. Em busca do método ideal, ouvimos os relatos de amigos com filhos e relembrámos as nossas próprias experiências (esquecer a chucha em casa na ida para férias ou fora no regresso a casa, convencer a criança a deitá-la ao mar/ao lixo, etc.). O único livro que temos sobre o assunto (boa história mas ilustrações muito fracas: A Chupeta de Nina, edições Ambar) nunca despertou grande interesse e as muitas conversas racionais que tivemos com ela serviram para a fazer perceber que mais tarde ou mais cedo chegaria o grande dia mas em geral só aumentaram a ansiedade relacionada com o assunto.
Eis senão quando um fim-de-semana quente demais e um pai decidido chegaram para pôr em prática o plano malévolo mas eficaz: a chucha estragou-se porque já estava muito velhinha (com a ajuda de uma tesoura) e foi atirada com desprezo cama abaixo depois de termos respondido a todas as perguntas sobre como é que a chucha se tinha estragado e porque razão não podíamos ir comprar uma nova (as lojas não vendem chuchas para meninas grandes). Acordou várias vezes de noite com as mesmas perguntas mas ontem já só demorou um bocadinho mais do que o habitual a adormecer. E por muito que consegui-lo com uma mentira me pareça em teoria má ideia, acho que neste caso o fim justificou plenamente os meios.
(Na fotografia, a recompensa do desmame. Não fui eu que fiz, que não tenho a habilidade da Hilda. É daqui.)
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