kourotrophia

kourotrophos

Costumava achar que o maior desafio em termos de maternidade era um par de gémeos, mas já não tenho tanta certeza. Dou por mim a pensar que, depois da maratona de uma gravidez e parto de dois bebés, e da prova física extrema que deve ser amamentá-los ao mesmo tempo, cuidar de duas crianças pequenas de idades diferentes possa ser ainda mais desgastante (mas não tenho termo de comparação, claro). Já escrevi e continuo a achar que o que cansa é sobretudo o jet-lag. Os quatro anos são uma idade extraordinária e ter um bebé é estar apaixonado, mas a mudança constante de registo (diálogos de monossílabos com uma e explicações complexas para a outra, angústias que acabam com um colo de um lado e assuntos que precisam de atenção e longas conversas do outro) estonteia-me até, em alguns fins-de-tarde, ficar com a cabeça como a da mãe do lindíssimo postal que recebi ontem pelo correio. Vale-me o milagre de na manhã seguinte a encontrar sempre outra vez sobe os ombros.

Comments

10 responses to “kourotrophia

  1. Elsa Castelo Avatar

    Se bem que com uma filha apenas, também sinto muitas vezes a noite de descanso como o bálsamo imprescindível à  manutenção da desejável sanidade mental :)

  2. marta Avatar
    marta

    Percebo perfeitamente o que queres dizer ;)

    Há tantas variantes possíveis para resolver o quebra-cabeças (tê-los muito próximos? Muito afastados? Só dois? Sempre mais de dois? Do mesmo sexo? De sexos diferentes?) que não pode haver, como está bom de ver, solução ideal. E continuo a achar que a questão do consumo de energia e de atenção, e de como os equilibrar, é a principal e o que mais me faz hesitar em ir de 3 para 4. Em termos financeiros, olha, em termos financeiros o sensato sensato é ficar solteiro e sem amarras, com direito a viagens à  Tailândia e jantaradas…

  3. Andrea Avatar
    Andrea

    Como eu te percebo! Nunca na minha vida me senti tão preenchida, mas ao mesmo tempo tão, mas tão cansada. O esforço é enorme. A M. de 4 anos suga-me as energias e o V. de 10 meses derrete-me o coração. Muitas vezes, durante esta odisseia vem-me à  memória o fabuloso post da “Piolhices” (http://piolhices.blogspot.com/2006/07/generation-gap.html). Estas palavras lembram-me muitas vezes das saudades que vamos sentir destes verdes anos.

  4. Mariana Avatar
    Mariana

    não me assustes!… :)

  5. Sónia Bastos Avatar
    Sónia Bastos

    Olá, e imagine que em vez de 2 fossem 3 como os meus!

    Ai posso garantir que as coisas não são realmente faceis e ás vezes a barreira da insanidade é quase quebrada.

    Agora que já tem 13 anos, algumas coisas são mais fáceis, outras nem por isso.

    Parabens pelo Blog.

  6. Rita Avatar

    :)

    Quando eu tive os gémeos, achava que era pior ter dois filhos de idades próximas, que requerem sempre atenção diferente.

    Agora que também tenho dois com 16 meses de diferença, acho que seria mais difícil se fossem gémeos!

    Nunca há situações perfeitas e acho que cada pessoa deve perceber o que quer realmente e qual é a solução que melhor funciona par si.

    Fácil ou difícil, acabamos sempre por ter uns dias sem qualquer sanidade mental… isso é mais que certo!

    Um Abraço para vocês, e votos de um fim de semana descansado :)*

  7. Sil Falqueto Avatar

    entendo perfeitamente e acho que jet lag é um nome perfeito pra esse fenômeno. É sempre bom ver que nao somos as únicas a passar por isso, né? : )

  8. sonia Avatar

    eu senti o contrario. ao segundo as coisas descomplicaram-se e senti-me melhor no meu papel de mae! acho que a diferenca de idades deve ter um papel importante e a minha regra era dar atencao ao que precisava e a vez! nao ha conselhos nem solucoes, cada qual como cada qual agora que nao vai haver terceiro…

  9. Joana Avatar
    Joana

    Tão bonita, a imagem do postal e a que tu dás neste texto. :)

    Beijo e bom fim-de-semana!

  10. pal Avatar

    é isso, é isso!

    as nossas mais velhas têm a mesma idade. mas como a minha mais nova já está perto do ano e meio (!!) posso, do alto da minha experiência, sossegar-te dizendo que esse “gap” vai diluir-se.

    :)

    é devagarinho, muito devagarinho, mas a coisa começa a ser não tão de perder a cabeça…

    ;)

    um beijinho

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