Quando cheguei a casa a E. já tinha saído com o pai para a aula de dança. No chão, na esquina da porta do meu escritório, esperava-me o conteúdo dos seus bolsos, feito altar.
…e as coisas grandes:
(…) A própria possibilidade de manipular os media, de cada um fazer o seu filme, a sua música, de trabalhar com imagens e sons que existem e mudar-lhes o sentido, tudo isso permite tomar consciência do funcionamento dos media e assimir um papel activo na sociedade. O século XX foi a época da passividade face à produção e distribuição da informação. O século XXI é o momento em que toda a gente se apropria dos media. (…)
Paul Miller, aka DJ Spooky, entrevistado por Paulo Moura, Público, 6 de Junho de 2007.
Enquanto utilizadores e mesmo enquanto criadores de conteúdo da internet, é fácil esquecermo-nos de pensar. Ler um artigo delirante na Wikipedia pode servir para nos abrir os olhos para um dos lados dessa necessidade de consumir com sentido crítico, mas outras coisas acontecem que não podem nem devem passar despercebidas:
No Flickr (provavelmente o meu microcosmos virtual preferido) foram recentemente introduzidos mecanismos de censura moral (chamam-se content filters) que rotulam como unsafe as imagens produzidas por muitos utilizadores e impedem muitos outros de lhes acederem (f your Yahoo! ID is based in Singapore, Germany, Hong Kong or Korea you will only be able to view safe content based on your local Terms of Service). As reacções já se fazem ouvir.
No site Save the Internet faz-se campanha pela preservação da neutralidade da rede face aos interesses das grandes companhias telefónicas (aquelas a quem pagamos o acesso à internet), que têm na mão – não o esqueçamos – o poder de tornar determinados sites mais rápidos ou mais lentos e mesmo o de impedir (para não falar em monitorizar) o nosso acesso a qualquer tipo de conteúdo.
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