Outro livro que comprei recentemente foi o catálogo da reposição, em 1991, da exposição Abstract Design in American Quilts realizada em 1971 no Whitney Museum em Nova Iorque. Cheguei até ele através de uma entrevista com Denyse Schmidt (uma das criadoras de quilts mais interessantes da actualidade) e por sorte encontrei uma cópia do catálogo a bom preço.
Nesta exposição, cerca de sessenta quilts anónimos realizados entre os meados do século XIX e os anos 30 do século XX e escolhidos unicamente com base nas suas características estéticas foram expostos como se de pintura se tratasse. Foi a primeira vez que tal sucedeu e o evento teve enormes repercussões. Da introdução do patchwork americano no Japão à edição de centenas de livros sobre o tema, da organização de um mercado em torno dos quilts antigos à proliferação de textile artists e exposições de quilts, foram inúmeras as consequências directas e indirectas desta exposição. Por detrás dela estiveram Jonathan Holstein e Gail van der Hoof, um casal residente em Nova Iorque e frequentador do meio artístico, que anos antes começara a comprar quilts em feiras de velharias. Jonathan Holstein redigiu para o catálogo de 1991 um interessante texto de mais de cem páginas em que descreve detalhadamente tanto o processo que deu origem à exposição como os acontecimentos que se lhe seguiram, que incluíram a itinerância da mostra por vários países e continentes e o contacto com os especialistas em têxteis dos grandes museus. É uma leitura mais do que recomendável para qualquer pessoa com um interesse histórico sobre o tema.
Nine Patch, Possibly made in New Jersey, United States, Circa 1900-1920 (imagem do International Quilt Study Center & Museum).
Jonathan Holstein e Gail van der Hoof circa 1971 (imagem retirada do site Quilt Revival).
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