Dou por mim a pensar no que são e no que queremos das actividades extra-escolares (não se lhes pode chamar alguma coisa que soe menos burocrático?). A minha opinião de mãe sobre a frequência e intensidade das mesmas é a de que deve ser só uma, praticada perto de casa ou da escola, só aos dias de semana (e não mais de duas vezes por semana) e acabar cedo. De resto, as tardes são para descansar, brincar (e fazer os trabalhos de casa a tempo e horas). Compatibilizar estes princípios com a realidade é que não é fácil. E que actividades querem os nossos filhos praticar ou lhes damos a escolher? Quais são as alternativas ao ballet/música/natação do costume? Quanto mais penso no assunto mais me espanta o contraste entre aquilo que se faz à s crianças nos conservatórios de música e dança ou nas escolas de desporto (treiná-las desde muito cedo e de forma bastante rígida para serem potencialmente profissionais nessas áreas) e o inconcebível que seria para a maioria das pessoas entregar miúdos de sete ou oito anos a uma formação igualmente intensa em culinária, cestaria, agricultura biológica, pintura ou relações internacionais. É disparatado comparar? Acho que não. Oferta de qualidade nestas ou noutras áreas alternativas à norma, tirando os cursos de férias e de fim-de-semana que se estão a tornar numa indústria perigosa (que fácil que é comprar algumas horas de sossego com estes pretextos didáctico-culturais), para crianças, não sei se há. E que sonhos e frustrações guiam os pais quando escolhem as actividades para (e pelos) filhos? O tema dá pano para mangas.
Nas imagens, um óptimo jogo dos anos 70 chamado Cathedral. Desconfio que a E. trocaria sem pestanejar o piano por uma tarde semanal de jogos de estratégia.
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