tapeceiros

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CORREA, Vergílio (ed.), Livro dos Regimentos dos Officiaes mecanicos da Mui Nobre e sempre Leal Cidade de Lixboa (1572). Coimbra: Imprensa da Universidade, 1926.

A minha leitura mais interessante de ontem (quem diria que os fazedores de colchas – noutras páginas – eram uma categoria profissional tão importante na Lisboa do séc. XVI que tinham regimento próprio?), e dois links para pensar:

Vienna apprenticeships: um mini documentário da Monocle (encontrado via Craftism) sobre o sistema de aprendizado austríaco, que ocupa 40% dos jovens após a conclusão do ensino obrigatório (aos 15 anos). A àustria tem uma população pouco mais pequena que a portuguesa e a terceira taxa de desemprego mais baixa entre os jovens em toda a Europa.

A Recipe For Educational Mediocrity: de como a universidade parece ter-se tornado o oposto do que devia ser.

Comments

13 responses to “fazer é saber”

  1. alice Avatar

    Esse vídeo é obrigatório. Quem me dera que se investisse no aprendizado por aqui, ou pelo menos num bom sistema de ensino profissional.
    De qualquer forma, também é bom ver que muito do aprendizado na Aústria é promovido sem apoio do Estado, pela própria empresa, que tem orgulho na qualidade do seu trabalho.

  2. Sónia Sapinho Avatar

    Boa, boa e boa!

  3. ana Avatar

    Fiquei maravilhada ao ver que na àustria os jovens podem, de facto, aprender algo de útil e necessário. Seria excelente que, por cá, se imitasse o mesmo modelo. Infelizmente, imitam-se outros que para pouco ou nada servem a não ser para engrossar as fileiras de pessoas que nada sabem fazer.
    Um excelente post! Obrigada pela partilha! :)

  4. Lalage Avatar

    A receita para a mediocridade até me arrepiou: ontem tive uma conversa com os meus alunos do 11.º ano sobre o tema… Também a minha turmita está dividida entre os que querem ir para a universidade em busca de conhecimento e os que só vão porque… é suposto irem “para terem um futuro melhor”.

  5. I.Maia Avatar
    I.Maia

    Moro em Viena e quando cá cheguei fiquei fascinada com o sistema de aprendizado. Dos 15 aos 18 anos é posível aprender uma profissao e quem quiser está ainda muito a tempo de ir para o ensino superior!

  6. ***SOFIA*** Avatar

    Eu morei na àustria durante a escola primária, e já nessa fase escolar é incutido nas crianças o respeito pelo material, como o manusear e sobretudo como o poupar! Sim, eles foram um país que viveu a II Guerra e que sabe o que é viver com grandes limitações, eles sabem poupar e dar valor ao que têm.
    Lembro-me que na escola onde eu andava, havia grandes oficinas onde os alunos aprendiam cursos de cozinha, alvenaria, carpintaria, electricidade entre outras “artes”. Portugal também já teve bons cursos tecnológicos, pelo menos até aos anos 90 do séc XX, mas será que o proveito que tiramos das oportunidades que nos dão é o mesmo?
    Hoje, mais do que nunca o ensino está muito degradado e longe daquilo que deve ser um verdadeiro “ensinamento”, mas os alunos também não se interessam, pelo menos uma maioria significativa…
    Ficam os bons exemplos dos alunos da casa pia, por exemplo, que tanto quanto sei, primam pela excelência das suas formações e postura profissional.

  7. mariadanazare Avatar
    mariadanazare

    Tudo é um ciclo vicioso! Antigamente, ensinavam-se coisas que (supostamente) não tinham aplicação práctica e que tinhamos que as decorar, hoje em dia, não se ensina nada de jeito (estou a exagerar…). A isto, ainda temos de explicar aos estudantes que andam 12 anos na escola (a aprender o que eu aprendi em 4 anos – na 4ª classe)como é possível que, se sair da escola sem a completar, quando tiver 23 anos ou 3 anos de descontos na segurança social, faz o RVCC e fica com o diploma ( do 6º, 9º ou 12º)em 6 meses e sem ter de ir à s aulas todos os dias, e, depois, ainda pode ir para a almegada Faculdade, para tirar um curso que lhe dê um “emprego para a vida, das 9h ás 17h”.
    Nos cursos, ditos de formação profissional, só se formam vendedores e profissionais de marketing (talvez, para estarem aptos a vender/colocar os produtos feitos pelos chineses e que os nossos comerciantes se apressaram a comprar, pensando que tinham descoberto um “negócio da china”: comprar barato -muito- e vender caro, sem se lembrarem que se nós não tivessemos trabalho, não tinhamos poder de compra) e profissionais da indústria hoteleira, para trabalharem num turismo que não é promovido no estrangeiro (a exemplo da Espanha) e que nem contemplado foi, com plafond para investimentos, no orçamento do estado. Não se ensina ninguém a ser sapateiro,serralheiro, costureira, tecelão, tintureiro, ceramista, etc… Que serão dos nossos filhos/netos, se não foram alguns resistentes que lhes vão ensinando outros valores, porque, o exemplo, também DEVE PARTIR DE CASA.
    Tenho 53 anos, o 12º (feito no antigamente, embora depois do 25 de Abril), andei na Faculdade (mas não acabei…), trabalhei 22 nos num banco e fui tirar um curso de cerâmica (durante 1 ano) aos 49 anos.

  8. marta Avatar
    marta

    nos países germanófonos e na holanda, tanto quanto sei, há esse sistema “profissionalizante” a partir de determinado ponto do percurso pós-2º ciclo…
    embora tenha certamente grandes méritos, a verdade é que os miúdos muitas vezes são para lá desviados se falham/chumbam exames de entrada no ensino do 3ºciclo/secundário e são considerados, pelo sistema, como “pouco académicos”. Aos 15 anos será mais fácil perceber-se se estão aptos a seguir para uma formação universitária, mas aos 12, como em alguns países (Suíça e Alemanha, se não estou em erro; no Japão será até mais cedo), já me parece demasiado “determinista”.
    por outro lado, como é óbvio, em grande parte dos países sem essa “selecção natural” precoce, a universidade acolhe cada vez mais gente sem qualquer preparação/motivação para ali estar…

    é, de facto, uma questão profunda e não faço bem ideia de qual seja a solução.
    mas a forma como a escola primária e o 2º ciclo actuais (os que melhor conheço neste momento) estão organizados (demasiada informação, a toda a hora; nenhuma reflexão ou conexão entre a informação – nenhum método!)só pode gerar universidades – enquanto sítios onde se vai aprender a pensar – cada vez piores.

    bj

    marta

  9. Ana isabel Guerreiro Avatar
    Ana isabel Guerreiro

    Excelente vídeo e post da Rosa Pomar mais uma vez!!! Muito obrigada pela partilha desta informação!!! A minha pergunta é: não será tempo de começar a seguir os bons exemplos???

  10. miriam Avatar

    chegaste a ler este texto?
    tem muita coisa “assim assim” mas diz algumas bem acertadas.
    voltámos a apostar nos cursos tecnicos, a UA foi pioneira nisto, acho é que já vamos tarde…

  11. lorena Avatar

    Genial entrada Rosa, gracias!
    Tenemos tantas cosas que cuestionarnos en la educación de nuestros hijos…

  12. umademim Avatar

    pois o futuro não são os computadores como nos meteram na cabeça……..mas aliar o saber ancestral ao vanguardista…

  13. […] o passo, que nem na cidade parecem estranhos (estreei hoje os que de lá trouxe). Talvez os austríacos pudessem importar o Sr. João e o seu património imaterial por […]

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