Em Castro Daire há cada vez menos ovelhas. Quase não se vêem rebanhos e a lã dos que há consta que em boa parte é queimada. Muita é sedeúda, a maneira local de dizer que tem as fibras muito compridas e pouco macias, mas também há algumas ovelhas marinhotas (de meirinha, o nome dado em Portugal desde o século XV à lã de melhor qualidade proveniente das ovelhas merino), de lã mais frisada e macia. Algumas delas pertencem à D. Guiomina. Como não queria desperdiçar a lã lembrou-se de a fiar mais grossa e pouco torcida, de a ugar (juntar dois fios num novelo) e de fazer com este fio fofo grandes mantas de malha. Leva a malha para o monte, com as ovelhas, e as mantas vão crescendo…
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as mantas da d. guiomina
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19 responses to “as mantas da d. guiomina”
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a manta é linda…
eu no verão vi uns quantos rebanhos em campo benfeito… e não fosse o meu receio de ovelhas e gostava de ir vê-las mais de perto :) -
Lindas, lindas, lindas…
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Estes posts tao interessantes dao-me vontade ter um rebanho de ovelhas! :)
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Podem-se comprar? :)
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Ora, Daniela, mãos à obra! Com as ovelhas daí também dá para fazer com certeza. Vou ter contigo um dia para fiarmos juntas e começarmos uma :)
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São lindas!!!!
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Realmente é um excelente exemplo do valor que tem a lã: até com pouca refinação se fazem coisas lindíssimas e tão úteis. É uma pena que se queime lã neste país…
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what a gorgeous blanket…
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Qué maravilha de mantas ! Oh Rosa, algo muito bom vai sair de todo isto que estas a fazer, e nao só para voçe. Força !
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lindas, lindas! alguma hipótese de comprar uma destas à D. Guiomina?
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Que eu saiba são só para consumo da família…
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as mantas são lindissímas, gosto das mãos & dos rostos destas mulheres, é magnifico esta autenticidade …
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A minha mãe é de Castro Daire, da aldeia de Cujó. Lá já não vejo ovelhas. Nem me lembro de as ver, sempre vi cabras, embora a minha mãe conte histórias de lobos que ela viu em pequena a cercar rebanhos de ovelhas. Tenho felizmente a sorte de ainda ter familiares que criam cabras, fazem queijo de cabra caseiro e delicioso, a acompanhar broa de milho caseira. A minha filha de 2 anos e meio é uma privilegiada que ainda há 8 dias foi apanhar castanhas e armar-se em pastora sem medo nenhum das cabras.
Essas mantas são lindas e é uma pena estar tudo a desaparecer… -
Que maravilha, devem ser quentinhas!!
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São estas incriveis senhoras, que não se deixam intimidar pelo chamado “progresso”, que continuam a manter viva a nossa verdadeira identidade cultural. E é realmente triste queimar a lã, assim como o linho e muitas outras culturas, semeia-se para receber o subsidio e depois não há segimento do processo, creio que se passa o mesmo com as ovelhas… Força Rosa!… e já agora que pena deixar apodrecer a fruta que não tem calibre, que belas compotas podíamos fazer!!
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Tenho seguido com algum interesse todos os posts relativos à zona de Castro Daire. Sou da serra de Montemuro, mas há muito tempo que não vivo lá.
Na minha aldeia há rebanhos (pequenos) de ovelhas, mas não há escoamento para a lã. pede-se, por favor, ao senhor que faz a tosquia que a leve, para não ter que ser queimada. -
Tenho imensa pena que estas coisas desapareçam, como já aqui foi dito, mas mais que isso tenho pena que não haja uma comunicação proveitosa entre quem ainda faz estas coisas autênticas e tradicionais e os potenciais consumidores que existem de certeza por essa internet fora.
Querem-me dizer que se uma pessoa fizesse umas quantas mantas destas, mesmo com lã dessa do “leve por favor para não ter que ser queimada” e as pusesse à venda no etsy ou coisa parecida elas não se vendiam? Será que pessoas como esta senhora sabem disto…? -
adorei adorei é mesmo o meu estilo, gostava de partilhar convosco os meus trabalhos, vou pôr mãos á obra dentro de dias irei publicar.
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Adorei e vou copiar a ideia de tecer com as lãs que encontrar aqui no Brasil
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