aprender para ensinar

aluna e mestra

aluna e mestra

Na semana passada estive uns dias em Bucos para aprender com a D. Teresa Simões os segredos das meias de grades. Estas meias eram até há duas gerações as que por aquelas paragens os homens usavam ao Domingo, por baixo de calças suficientemente curtas para deixar ver os desenhos e por dentro dos socos abertos, que eram o calçado habitual. Enquanto aprendia tirava notas e, para ver se as notas estavam bem tiradas, tricotei depois a partir delas. Tanto papel e caneta fez confusão à  D. Teresa, habituada a ler as malhas como quem lê letras e a reproduzir à  vista tudo o que vê e lhe agrada, seja uma toalha de renda num altar ou um casaquinho numa montra. À minha maneira primeiro, e depois obrigando-me a fazer à  maneira dela, aprendi as grades dos corações e as outras necessárias, mais um mate que nunca tinha visto, e regressei a Lisboa de meias meias feitas para as refazer, pôr por escrito (porque nem toda a gente tem a sorte de ter uma D. Teresa por perto) e poder ensinar em breve.

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Last week I spent a few days in Bucos, learning how to knit the local traditional lace socks. These socks were worn with wooden clogs by local men (women wore plain knee-high socks without feet) and reserved for sundays and other special occasions. They were and still are knitted from handspun yarn, worked tightly on five handmade point hook needles, tensioning the yarn behind the neck in the traditional portuguese style. The pattern will be published soon, in collaboration with the museum of Cabeceiras de Basto.

Comments

9 responses to “aprender para ensinar”

  1. Helena Avatar

    Que lindas…. só de ver as fotos já abriu o apetite para aprender a fazer as meias. Não tenho a D.Teresa, mas tenho a minha avó… Nas férias do Natal vou levar umas lãs e agulhas, papel e caneta e sentar-me com ela um bocado…..

  2. pmarques Avatar
    pmarques

    falando de meias… quando chegam lãs novas à  retrosaria?

    1. Rosa Pomar Avatar

      Chegaram hoje muitas!

  3. Fi Avatar
    Fi

    E assim se mantém uma tradição.

  4. Prisca Avatar

    Que experiência maravilhosa a sua, fiquei emocionada! Que sorte ter alguém como a D. Teresa para lhe ensinar o que sabe! Não podemos deixar morrer a arte dos trabalhos manuais. Hoje em dia a moda esta de volta, mas moda vem e depois vai embora, e o que fica é o amor real pelo trabalho. :)

  5. Joana Avatar

    Que post enternecedor! Que fotos lindas! É de louvar o trabalho de recolha e divulgação que a Rosa tem feito. Muitos parabéns

  6. […] apenas a encher uma canela, e não vejo como possa ser possível fiar nesta caneleira. O local é Bucos, claro (as gralhas […]

  7. […] resultado da minha estadia em Bucos em Novembro do ano passado está finalmente disponível e quanto a mim valeu a pena a espera: uma […]

  8. […] para perceber que só podia ser ali onde Trás-os-Montes começam a ser Minho, entre Salto e Bucos, na terra onde as barrosãs ainda são donas dos caminhos. Não é um filme saudosista nem […]

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