Volto a escrever sobre a gata, antes de mais para agradecer todos os comentários ao post anterior. A Twitter tem sido alimentada a ração seca, o que não significa que eu ache ser essa a melhor opção. Pode haver veterinários e empresas a dizer o contrário, mas a comida de pacote (feita nem se sabe bem com que o quê) não é certamente a opção mais saudável (ou andaríamos a almoçar e jantar o equivalente para humanos). O corredor do supermercado dedicado aos animais de companhia só é comparável ao dos alimentos para bebés. O objectivo é o mesmo: convencer com embalagens óptimas, imagens idílicas e discursos para-científicos não quem vai consumir os produtos mas quem os compra. Explorar o dado adquirido de que todos queremos o melhor para o nosso bebé / gato / cão (riscar o que não interessa) e impingir com enorme sucesso que um alimento em pacote (seja Nan, Blédina ou Whiskas) é superior à comida natural. O facto de ao gato ser indiferente a variedade de feitios e cores dos croquetes e de o bebé poder passar do peito da mãe para a sopa feita em casa esquecem-se pelo caminho.
Posto isto (e pedindo desculpas pelas comparações entre filhos e animais de estimação que por norma detesto), porque é que em vez de lhe dar carne e peixe e ervas frescas tenho dado comida de pacote à Twitter? Por várias razões: a primeira é que a carne e o peixe não são alimentos correntes cá em casa, o que complica a ideia de os dar quotidianamente ao bichano. Depois, e após consultar vários sites sobre o tema, porque não é de facto fácil reproduzir em casa aquela que seria a alimentação natural de um gato. A seguir entram as razões de ordem eminentemente prática: a ração seca não se estraga ao fim de umas horas e é mais limpa (e, felizmente, a Twitter bebe água regularmente).
A esterilização também não está em causa (vai ser feita assim que possível), o que a meu ver e somado à comida de pacote faz da nossa querida gata de interior a quem não faltam mimos, brincadeira e cuidados, menos um bicho e mais uma coisa indefinida, moldada à nossa comodidade. E é isso que não me deixa de consciência completamente tranquila.
PS: o livro nas imagens é a tradução portuguesa deste e a cama da Twitter é o modelo normal português em verga que se vende aqui perto numa lojinha à qual tenho de dedicar em breve um post.
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