Há menos de dois meses esta entrada era assim. Hoje de manhã, depois de ver escavacada do chão ao tecto a loja do sapateiro aqui do lado, e com ela um dos últimos chãos de mosaico hidráulico da rua (há um ano foi este embora), resolvi dar um passeio alargado para juntar mais alguns à minha colecção. Um quarteirão abaixo, uma senhora simpática resolveu não deixar morrer o negócio de venda de guarda-chuvas fundado pelo pai nos anos cinquenta. A loja é pequena e bonita, e o chão tem mosaico marmoreado como este mas em rosa, a pedir escova, sabão e cera: Ai não tire fotografias ao chão que está tão feio! Isto vai tudo para obras. E eu o blá blá blá do costume, que aquele é que é o chão certo para aquela loja, que está ali desde sempre e nada que se ponha agora vai durar o mesmo tempo. Diz-me que quer é pôr calçada portuguesa no chão, que é o que é tradicional e eu já a contorcer-me. Pois é tradicional e está ali mesmo à porta, no passeio, onde deve estar. Não é aqui dentro! Depois tentei explicar que só por cá é que o mosaico hidráulico ainda não está na moda outra vez, que lá fora se editam livros sobre o assunto, que no Chiado as lojas espanholas o trazem de propósito para alindar o chão. E só tive pena de não ter a última Milk para lhe mostrar o que os franceses também já perceberam.
Os carreaux de ciment colorés dans la masse são cenário de um anúncio da marca Moulin Roti e, mais à frente, destacados no texto e imagens da rubrica Vie de Famille, que exibe a lindíssima casa de um casal de criativos franceses em Barcelona (l’ensemble des sols de l’appartement est fait de carreaux en ciment datant du début du XXe sià¨cle. Chaque pià¨ce possà¨de son dessin, digne d’un tapis.).
Hello?!
Leave a Reply