Na semana passada recebi pela enésima vez o forward do óleo (e eu que detesto forwards). Desta vez vinha de um remetente brasileiro mas o conteúdo era o mesmo: um texto que, com a melhor das intenções, apela a que os óleos alimentares que usamos em casa sejam postos no lixo dentro de uma garrafa de plástico, garantindo que assim, as nossas garrafinhas serão abertas e vazadas no local adequado, em vez de irem juntamente com os esgotos para uma ETA (Estação de Tratamento de àguas). A verdade é que, tendo percorrido os sites do Ponto Verde, da empresa que processa os resíduos sólidos de Lisboa e do Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos da CML, não encontrei nem um parágrafo dedicado ao tratamento dos óleos alimentares. Através do Google aparecem apenas notícias de iniciativas isoladas de recolha de óleos usados pela indústria e restaurantes e páginas como esta. Não acredito que haja funcionários a abrir as garrafas de plástico que vão misturadas no lixo para ver se o que lá está dentro é óleo para reciclar (blherrque!). Se todo o lixo que produzimos fosse triado manualmente não havia grande necessidade de ecopontos… Resta-me aguardar uma resposta ao email que enviei para a DHURS.
Entretanto, mal ou bem, lá entreguei a candidatura aos Jovens Criadores. Escrever sobre o que faço com o intuito de impressionar um júri invisível é uma tarefa penosa. Não estou nada confiante. Na fila para tirar as cinco fotocópias de que precisava, outra rapariga armada de ficha de inscrição. De casaco vermelho e quase tão despenteada como eu, segurava os CDs e papeis de forma ainda mais insegura e olhava para os lados como se esperasse a todo o momento que alguém lhe fosse dizer qualquer coisa desagradável, o pouco que faltava para a demover e fazer com que fosse para casa lavada em lágrimas. Devia ter-lhe oferecido um chocolate.
Comments
11 responses to “o forward do óleo”
Obrigada! Confesso que no início de ter e-mail e até há uns largos meses caía facilmente em conversas de solidariedade por e-mail, até ter recebido um mail de uma criança desaparecida que já tinha visto uns anos antes.Percebi que não havia mesmo forma de parar aquilo.
Boa sorte para os Jovens Criadores!
Quanto à estória do óleo, também já recebi um e-mail desses e realmente não estou nada a ver alguém da Camara Municipal a tirar as garrafinhas cheias de óleo para as reciclar! Se fizessem um contentor só para isso era mais credível, agora assim não dá para acreditar.Ah e Boa Sorte para os Jovens Criadores!
Eu vi uma reportagem sobre o assunto da reciclagem de óleo alimentar.O que disseram foi para passarmos a colocar os óleos em garrafões ou garrafas (porque se despejarmos pela sanita ou pelo lava-louças estes vão dar à ETAR e para retirar a gordura da água são necessarios vários milhares de euros), no lixo normal, que depois recolhiam, faziam a tal triagem do lixo.Também achei estranho, devia haver ecopontos para colocarmos o tais garrafões ou garrafas com os óleos.
Também acho que deveria haver mais informação sobre a reciclagem, nas páginas que referistes acabam por confundir. Digo isto porque num lado diz para colocarmos as embalagens do leite, sumo e vinho, no ecoponto Azul, no outro dizem para colocarmos no ecoponto Amarelo… afinal em que ficamos?
Quanto á inscrição nos Jovens Criadores, é normal que te sintas nervosa, mas vais ver que vai correr tudo bem.:)
Estou a torcer por ti. :)
Bonne chance!
Obrigada :)
Liliana, o ecoponto certo para deitar os tetrapaks varia consoante o concelho em que vives. Vê aqui e aqui.
olá! A Liliana tem razão…é mesmo para não complicar o tratamento da água! Eu tinha um professor de Tratamento de Resíduos Sólidos que dizia mesmo, que após fritar numa frigideira podiamos aproveitar os guardanapos da refeição para absorver o óleo. As garrafas de plástico também são úteis para quem usa grandes quantidades de óleo, mas cá em Portugal não as retiram. Em Espanha há localidades que fazem recolha selectiva dos óleos (p. ex., nos restaurantes) e por meio de umas reacções quimicas simples transformam-no em “biodiesel”, que pode ser utilizado em carros. Quem tem paciência pode utilizar o óleo usado no fabrico de sabões, como se faz ainda em algumas aldeias!
Rosa…não abri os links todos e só agora vi que repeti o que já estava naquela “mailing list”! Mas fazer sabão não é complicado, mas precisa de qualquer coisa, tipo um pouco de skip para dar um aroma mais agradável!
Fiquei convencida – pelos vistos mesmo não havendo reciclagem do óleo que deitamos fora, é muito menos mau pô-lo no caixote do lixo do que pelo cano abaixo. Cá em casa usamos muito pouco, mas da próxima vez não me vou esquecer.
Rosa,
Recebi este spam dezenas de vezes. Tanto que até escrevi um texto depois de conversar com o pessoal da Gestão Ambiental da empresa em que trabalho. Aqui vai ele. Abraços.
Na semana passada, começou a circular um spam na Internet que dava instruções sobre como proceder com óleo de cozinha. O e-mail dizia que costumamos jogar o óleo pelo ralo da pia (o que realmente é um erro); e que o procedimento certo a ser adotado seria o seguinte: colocar o óleo de cozinha numa garrafa de plástico para depositá-lo no lixo orgânico para que pudesse passar por uma triagem – e não ir para a Estação de Tratamento de Esgotos da cidade, contaminando a água que com ele chegasse.
Estivemos conversando com Sheila Castro, Coordenadora Sistema de Gestão Ambiental do Complexo Industrial Dana de Gravataí (RS), que nos esclareceu a dúvida. Sheila afirma que esta orientação está incorreta, pois os galpões de reciclagem não terão o que fazer com este material (pois não estão preparados para isto), desta forma os óleos acabariam sendo descartados inadequadamente – em qualquer lugar. “O ideal seria segregar este resíduo (óleo de fritura) e enviar para empresas que fazem recuperação destes óleos. Já existem em Novo Hamburgo condomínios que possuem esta prática”, explica.
Uma sugestão é organizar uma associação de bairro ou simplesmente alertar o zelador do seu prédio ou condomínio para que esta solução seja possível. A indicação para tratar deste problema é a empresa Recolt, que coleta óleos de restaurantes, supermercados e também de condomínios. O telefone deles é (51) 480.1063.
“Existem empresas que coletam óleos de restaurantes, supermercados, indústrias e também de condomínios. Um coisa é certa: colocar no ralo da pia é a coisa mais errada. É preferível colocar (em último caso) junto ao lixo orgânico) que este resíduo será tratado junto com o chorume”, acrescenta Sheila. No caso da Dana e Puras, o Sistema de Gestão Ambiental coleta os óleos de frituras e os envia para uma empresa licenciada (indústria de alimentos) que fabrica rações para animais, localizada em Alvorada. Colabore e dissemine esta mensagem para que a solução correta possa ser divulgada.
no outro dia vi uma noticia sobre os oleos alimentares, em que era feita uma recolha por algumas escolas desse oleo ja usado e o mesmo sofria uma serie de transformaçoes até se transformar em combustivel, que seria usado nos transportes publicos ( acho que era ali na zona de sintra! )
já há propostas de reciclagem
vejam: http://jn.sapo.pt/2005/01/31/pais/oleo_alimentar_usado_maquinas_camara.html e também um outro artigo sobre a utilização do oleo para combustível (em francês): http://www.notre-planete.info/actualites/lireactus.php?id=500.
Não deveria ser o Ministério do Ambiente ou a sociedade Ponto Verde a esclarecer o que deve ser feito em termos de reciclagem de óleos de fritar?
Para que servem estas Entidades? Só para absorver dinheiros públicos? Espero que esclareçam rápidamente as pessoas, dos procedimentos ambientalmente correctos a ter com este tipo de resíduos. O AMBIENTE AGRADECE…