Fomos ver as ovelhas e cabras do Toino Canhoto ao pôr do Sol, mesmo a tempo de ver dois cordeirinhos pretos acabados de nascer, macios e dóceis, ainda a serem limpos pela mãe. É do leite destas ovelhas, da raça bordaleira da Serra da Estrela, que as mulheres da família do pastor fazem queijos premiados, e são esses queijos a razão da sobrevivência do rebanho. A produção da lã já não compensa, disseram-nos, porque o preço a que é paga mal chega para cobrir as despesas da tosquia. Isto ao mesmo tempo que nas fiações falta a lã portuguesa e se manda vir de fora (é espanhol o burel das capas de Trás-os-Montes). As ovelhas do Toino Canhoto são de três cores: brancas, pretas (estas duas dão a lã das meadas da lã poveira) e sarrubecas (pronunciar com os ss e rr locais), cor de café com leite, a cuja lã havemos de seguir em breve o rasto.
Amanhã o dia na loja é da lã: de manhã ensino seis mulheres a fazer tricot e à tarde aprendo com outras tantas a fiar.
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