Na semana passada estive uns dias em Bucos para aprender com a D. Teresa Simões os segredos das meias de grades. Estas meias eram até há duas gerações as que por aquelas paragens os homens usavam ao Domingo, por baixo de calças suficientemente curtas para deixar ver os desenhos e por dentro dos socos abertos, que eram o calçado habitual. Enquanto aprendia tirava notas e, para ver se as notas estavam bem tiradas, tricotei depois a partir delas. Tanto papel e caneta fez confusão à D. Teresa, habituada a ler as malhas como quem lê letras e a reproduzir à vista tudo o que vê e lhe agrada, seja uma toalha de renda num altar ou um casaquinho numa montra. À minha maneira primeiro, e depois obrigando-me a fazer à maneira dela, aprendi as grades dos corações e as outras necessárias, mais um mate que nunca tinha visto, e regressei a Lisboa de meias meias feitas para as refazer, pôr por escrito (porque nem toda a gente tem a sorte de ter uma D. Teresa por perto) e poder ensinar em breve.
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Last week I spent a few days in Bucos, learning how to knit the local traditional lace socks. These socks were worn with wooden clogs by local men (women wore plain knee-high socks without feet) and reserved for sundays and other special occasions. They were and still are knitted from handspun yarn, worked tightly on five handmade point hook needles, tensioning the yarn behind the neck in the traditional portuguese style. The pattern will be published soon, in collaboration with the museum of Cabeceiras de Basto.
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