Há muitos anos que tenho uma grande admiração pelo Jamie Oliver. Mais concretamente pelos seus esforços pela melhoria da qualidade da comida servida nas escolas britânicas e pela sua luta contra o açúcar. Julgo que muitas das ideias que defende conseguirão vencer o poder dos lobbies da indústria agro-alimentar e serão senso-comum daqui a alguns anos (poucos, espero): a rotulação explícita e obrigatória dos alimentos açucarados como prejudiciais à saúde, o controlo da publicidade a estes (não-)alimentos, etc. Numa altura em que os índices de obesidade infantil em Portugal são dos mais elevados da Europa, este post trouxe-me à memória os célebres Meninos Gordos, um menino e uma menina nascidos em Itália nos finais do século XIX que foram exibidos como fenómeno por toda a Europa e inspiraram a decoração de pratos e outras peças de cerâmica de várias fábricas do Norte de Portugal (vale a pena conhecer a sua história através do livro de Isabel Maria Fernandes). Hoje talvez passassem despercebidos.
Imagem retirada do site do Palácio do Correio Velho: Raro prato em faiança portuguesa, produção da Fábrida de Bandeira, Gaia, séc. XIX, cerca de 1842-43. Decoração em tons de azul, em parte estampilhada, tendo ao centro vista de jardim com figuras dos dois “meninos gordos”, Mateu e Anna, aba com decoração de aspas. Cabelo com gatos, ligeiro gasto no vidrado do bordo.
Diam.: 34 cm.
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