Outra aldeia. Passeamos a seguir ao almoço numa das tardes mais quentes do ano. Uma senhora sentada convida-nos a entrar em sua casa para as meninas verem os gaticos. O alforge (em mirandês são alforjas) à vista perto da porta chama-me a atenção. Conversamos. Os gatinhos fugiram mas há galinhas. E uma casa que parece um museu cujas portas se abrem a desconhecidos.
Há um forno de pão de onde noutros tempos saíam roscas doces. A D. Isabel está só e tem um sorriso triste. Partilha connosco uvas, pêras, tomate. Mostra-me a roca e o fuso da mãe, os sacos do trigo antigos, todos em linho, as alforjas magníficas com as suas bolras (aqui o l vem antes do r) à s riscas. Que terra esta, tão longe e tão perto de Lisboa. Que diferença o orgulho que aqui se tem no que se faz, no que se planta e no que se sabe. Como disse o Tiago Pereira, e tão bem, dêem-me duas velhinhas e eu dou-vos o universo.
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