a hora do tricot
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Há dez anos fazer tricot em público era estranho. Já não se viam senhoras a fazer renda no eléctrico e fazer malha, em geral, não ficava bem. Pode parecer estranho dizê-lo, porque não passou assim tanto tempo, mas é verdade: se se era uma mulher culta, activa e independente (seja já o que isso for), então não era suposto fazer-se malha. Quando muito fazia-se um bocadinho em casa, quando nascia um bebé, sob os olhares semi ou totalmente reprovadores de quem estava por perto. Foi nessa altura, em Setembro de 2004, que eu e a Hilda Portela convocámos o primeiro encontro de tricot. Tão popular era a ideia que compareceram três pessoas – eu, a Hilda e uma corajosa chamada Sofia. Os encontros seguintes foram muito mais animados, claro. E depois veio a imprensa, a televisão, apareceu gente a mais, criaram-se novos grupos e aos poucos as coisas foram mudando.
Há algumas semanas fui convidada pelo José Vítor Malheiros para organizar um encontro de tricot no âmbito de um evento anual no Pavilhão do Conhecimento. Disse que sim. Convidei o Bruno Reis Santos, aka Lord Mantraste, para desenhar os flyers e cartazes e estão tão bonitos que vão ficar na parede durante muito tempo (quem quiser um aproveite para passar ou fazer encomendas na Retrosaria hoje e amanhã). Chamámos a Zélia para representar o Gang da Malha e o IELT para contar histórias e vai haver chá e bolinhos. É amanhã.

mantraste
a hora do tricot

Comments

6 responses to “a hora do tricot”

  1. Olga Avatar

    Se Lisboa fosse mais perto, eu iria. Estou em São Paulo, Brasil e tomar um avião não está nos meus planos para hoje. Quem sabe um dia eu poderei ir!

  2. whitesheepblog Avatar

    Uma iniciativa fantastica, divirtam-se!!!

  3. susanaduarteSusana Avatar

    Pois, acho que ainda hoje há pessoas a olhar-nos de lado, mas são bastante menos…
    O que é feito da Hilda Portela? Gostava bastante dos bonecos dela.

  4. Fernanda Grego Avatar

    São só 2h20m de comboio, mas não está nos meus planos, tal como a Olga!!!! Mas tivemos aqui em Aveiro uma coisa muito bonita, o “Aveiro Tricotada” que vos convido a espreitar, e do qual eu fiz parte. Foi mesmo muito bom, e o nosso projecto anda aí a circular na cidade. :)

  5. leonor Avatar
    leonor

    Ai! É que os cartazes são um mimo de tão bonitos que são!

  6. […] ligado à  generalização do acesso à  internet e ao fenómeno dos blogs. Há algum tempo escrevi um texto sobre a mudança de mentalidades desde o momento em que organizei o primeiro encontro de tricot em […]

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