Ouve-se com frequência aos que moram ou passam pelo Bairro Alto queixas sobre os graffiti (tomam esta parte pelo todo a que do outro lado se chama street art). Que sujam o bairro e lhe dão um ar degradado, que são feios, que destroem a propriedade alheia, etc. A mim pessoalmente o que incomoda mesmo é a sujidade produzida pelos cães, pelas pombas e pelos muitos autóctones que não sabem operar um contentor do lixo. Quanto aos graffiti, tudo depende. Consoante a atenção e a intenção, mesmo os tags, entendidos como gatafunhos absurdos pelo comum dos mortais (eu incluída), podem merecer um olhar mais atento. Acima deles, gosto da maior parte e de viver numa espécie de hall of fame do stencil na cidade. Que há mais gente com a mesma opinião pode comprovar-se com uma visita ao Museu Efémero. Trata-se de uma iniciativa (apoiada pela Fundación Pampero) que propõe um itinerário pelo Bairro Alto (com legendas junto à s obras e audio-guia disponível no site para download gratuito) para ver obras de vários artistas nacionais e de outros países. Enquanto lá estiverem.
As misteriosas portas azul Yves Klein, de autor desconhecido mas já com seguidores noutros tons, não fazem ainda parte da colecção. A Catarina Portas e a Inês já escreveram sobre elas e são, de facto, tão lindas quanto eloquentes.
De há mais de dez anos, o meu preferido: Nemo (e mais Nemo).
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