Dobrado era o adorno das janellas, porque não só estavam a ellas damas tão louçãs, que não sei a que comparalas, mas também estavam colgadas de riquÃssimos tapetes e colchas.
(João Baptista Venturino em 1571) Read more →
Posts in Category ‘Bairro’
rua
Em plena Rua das Amoreiras, a demolição de uma casa vazia deixa ver outra casa vazia atrás dela, numa das muitas traseiras misteriosas de Lisboa. Vive-se nesta cidade por amor, com todo o desvario que o amor implica. É difÃcil encontrar outras razões. Read more →
joão mouro
Tinha reparado nas peças que expôs na FIA deste ano, mas foi há muito pouco tempo que conheci finalmente mais de perto o seu trabalho, meu vizinho aqui no bairro. João Mouro é artista plástico, de carreira e formação, mas as suas esculturas-móveis aliam à criação conceptual a dimensão táctil e técnica do trabalho de oficina. Os armários-moradia (não sei se lhes posso chamar casas de bonecas) entraram para a minha lista de compras de sonho.
João Mouro trabalha e expõe na Galeria 59 (Rua do Diário de NotÃcias, 59, em Lisboa), aberta ao público da parte da tarde.
Mais (e melhores) imagens aqui.
wip hairport
Onde eu corto o cabelo há mais de dez anos, onde a E. corta há mais de três e onde a A. se estreou hoje antes que o cabelo lhe chegasse à s pernas. Vivam as mãos sábias da Sabine. Se forem ter com ela, digam que vão da minha parte. Read more →
teatro do bairro
Há alturas em que adoro o bairro e outras em que me apetece fugir. Nos últimos dias ganhámos mais uma razão para gostar de cá morar: um teatro novinho em folha que até tem sessões de desenhos animados aos domingos de manhã. Longa vida ao Teatro do Bairro!
natal
…aqui no Bairro, entre heterodoxos presépios e chãos estrelados. Encerrei as compras de Natal com um álbum para os selos que a E. começou a coleccionar. Aviso quem passar pelo Chiado à procura de prendas especiais que há um (único) exemplar do lindÃssimo O pintor e o pássaro no canto da montra da Sá da Costa e umas altamente tentadoras mochilas-capuz em burel na nova Saberes e Fazeres da Vila (Rua Nova do Almada, 103).
tara perdida
É este o aspecto do Bairro Alto todas as manhãs. A Câmara tenta remediar a situação com varredores que recolhem diariamente (e certamente com grandes gastos) centenas de garrafas, mas a limpeza não resolve o problema nem impede que o caminho para a escola seja feito por entre um mar de cacos. Em Espanha o fenómeno chama-se botellón e por cá gerou finalmente uma manifestação de descontentamento por parte da Associação de Comerciantes. Os donos dos bares centram o problema na existência de lojas de conveniência e mercearias cujo horário alargado lhes permite fazer concorrência efectivamente desleal mas, como moradora, a quem os ditos horários dão jeito para outras coisas que não necessariamente comprar cerveja, creio que se podia e devia pensar em mais formas de combater o problema. Uma delas seria reintroduzir o depósito das garrafas (afinal porque é que desapareceu?). Poder recuperar uns cêntimos por garrafa, para quem opta por beber barato na rua em vez de mais caro mas confortavelmente sentado num bar, tiraria de certeza muito vidro dos passeios. Outra medida importante seria distribuir contentores adequados pelas ruas, porque em muitos casos nem quem se preocupa encontra facilmente onde deixar a garrafa ou o copo. Com medidas mais ou menos drásticas, o que não pode é deixar-se continuar esta situação. Read more →
cores do bairro
jardim do prÃncipe real
Muito do que se decide para a cidade de Lisboa parece sair da cabeça de pessoas sem filhos que só vivem a cidade de dentro do seu automóvel. Quem anda a pé e de transportes, com e sem crianças, quem está no passeio sente como eu que as prioridades parecem muitas vezes trocadas e que o que se compõe é mais para parecer bem do que para funcionar bem. Triste exemplo desta situação é o resultado das obras no Jardim do PrÃncipe Real, tantas vezes personagem dos meus posts (são nove anos de blog feitos anteontem). Não me manifestei quando se falou no abate das árvores (porque não sabia do assunto que chegasse para perceber de que lado estava a razão) mas, agora que o jardim reabriu, é deprimente pensar que mais valia tê-lo deixado como estava. Convenci-me de que o parque infantil (para o qual tinham sido anunciadas obras) seria aumentado, ou pelo menos bastante melhorado. Era absurdo o escorrega tão exposto ao sol que só de manhã podia ser usado sem queimar as pernas, mas ninguém se lembrou de o mudar de sÃtio. Os baloiços batiam à s vezes nas crianças menos atentas pela razão óbvia de o espaço ser pequeno para todos os que o frequentam. Solução da Câmara: rodear os ditos baloiços de pilaretes de metal que roubam boa parte do pouco espaço que havia. De resto, e fora uns remendos no chão, tudo fiou igual. Fora do parque infantil, só elogio a instalação de um sistema de rega mais ecológico. Por outro lado, o novo piso é um pesadelo que anda a alastrar por Lisboa: um saibro amarelo claro, coberto de gravilha solta e pó. Não sei se tem alguma qualidade, mas os defeitos são vários: reflecte demasiado a luz (deve ser invenção de um paÃs com menos sol) e transforma completamente o ambiente do jardim, tornando-o menos fresco e abrigado; a gravilha entra imediatamente para as sandálias (lá está a tese de que quem decide não anda a pé, muito menos com crianças) e esfola muito mais os joelhos do que o alcatrão (?) que lá estava antes; e o pó suja tudo (lembrar que as crianças passam boa parte do tempo com mais do que a sola dos sapatos no chão) e entra para os olhos mal se levanta o vento. As crÃticas são tantas que surgiu um blog dos amigos do PrÃncipe Real. De que cabeças terão saÃdo as alterações feitas? Quem decidiu o que fazia falta (que tal mais metros quadrados de jardim infantil, uma casa de banho com fraldário e multas para os passeadores de cães sem saco de plástico?)? E para quando umas obras a sério, a pensar de facto em quem vive o jardim todos os dias e não só no de cortar a fita? Read more →