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Não teria coragem de gastar cerejas boas para tingir lã, mas achei que os caroços e pauzinhos das que comemos ao jantar talvez contivessem corante suficiente para dar cor a um bocadinho de lã. Pu-los a cozer em água durante uma hora e a seguir deixei uma amostra de beiroa tricotada de molho na infusão, com um bocadinho de vinagre. A cor resultante é surpreendentemente bonita, e quase igual à da lã sarnubega de Mértola (no novelo). A repetir com todas as cerejas desta temporada.
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Rosa
A cor ficou linda! Por aqui usavam musgo de castanheiro para obter um castanho caramelo escuro. Punham um caldeiro ao lume, com uns “trochinhos” por baixo, o musgo em cima desses pauzinhos, para a lã não tocar no fundo do caldeiro e não queimar. Punha-se no meio da meada mais musgo, depois dobrava-se a meada e punha-se mais musgo por cima. Se o caldeiro fosse grande punham-se 3 meadas e fervia cerca de 2 horas.
Espectacular, este seu gosto pela pesquisa e métodos tradicionais.
Recordo-me de minha avó cardar, fiar e tricotar as peças tradicionais da nossa ilha: meias ou “meotes”, camisola de pescador (assim as chamávamos) e barretes. Tinha encomendas da ilha vizinha.
Quando a minha filha mais velha foi estudar p/ Lisboa (na Fundação Ricardo Espírito Santo), levou meias e uma dessas camisolas. Muito quentes, havia que ter cuidado na escolha da lã macia e a levar, visto que têm tendência p/ encolher.
Desculpe o texto, mas leva-me a um turbiçhão de recordações
Relendo. levar-lavar; turbiçhão-turbilhão;
Acho que tenho que “cozinhar” uma Beiroa, estava a guardá-la mas não devo resistir ao que vi hoje na Retrosaria.
Adoro, é impressionante como podemos chegar a certas tonalidades. Ainda muito mais bonito que as da D. Vitorina. A lã ganha vida!
Parece tão natural! Muito subtil e bonita esta cor resultante dos restos das deliciosas cerejas!
uau! gosto do resultado…. :)
Rosa vi ontem este programa e aos 40 minutos lembrei-me imediatamente de ti :)
http://www.bbc.co.uk/programmes/b012f9yj
Beijinhos
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