Cinco meninas todas iguais
Uma anda nua a despir as mais
As cinco agulhas assustam quem se inicia no tricot. Lembro-me do fascínio que exerciam sobre mim quando morava em Reguengos, onde algumas mulheres ainda faziam meias de linha (que nós calçávamos). Mas trabalhar assim, sempre à roda, sempre em liga, foi na verdade a técnica mais usada em todas as nossas aldeias até há pouco tempo e foi com cinco agulhas que se estrearem na malha, tão cedo que raramente se lembram da idade, todas as mulheres mais velhas com quem tenho falado.
A complexidade aparente desvanece-se mal se percebe que quando se trabalha com cinco agulhas trabalha-se na mesma apenas com duas de cada vez. E se nas primeiras voltas as outras nos atrapalham e parece que vão cair, num instante o trabalho começa a fluir e dizemos de vez adeus à s costuras em tudo o que são gorros, golas, mangas e, claro está, meias.
(as fotografias são da Ilustração Portuguesa, dos primeiros anos do século XX. Na de baixo, uma menina pequena e sorridente a fazer meia)
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