Das sobras das blusas, um novo taleigo.
Posts in Category ‘Fazer é poder’
pontas soltas
wiksten tank #2
O corte deste top está perto da perfeição. Assenta como uma luva, não é curto nem comprido demais e aguenta diferentes tipos de tecidos. O sucesso do primeiro, que fiz há duas semanas e tenho usado regularmente, ditou que se lhe seguisse um segundo, noutro dos tecidos vintage que raramente tenho coragem de cortar.
para fazer meia
Num dos dias do Barroso prometi a uma mulher fora do vulgar um saquinho para levar as meias. Foi no fim da conversa, depois de uma manhã cujos frutos estarão em breve na Lã em Tempo Real. A D. Benta trazia o trabalho guardado num saco de plástico, estimado e até remendado por ter o tamanho e feitio ideais para o efeito: nem grande nem pequeno demais, e com uma alça mesmo jeitosa para ficar no braço quando se faz meia em pé ou em andamento. Já passaram umas semanas, mas ontem encontrei finalmente o tecido e o momento certo para o fazer. Espero que ela goste.
(o tecido é daqui e as minhas meias na fotografia são as da concha)
o inÃcio
A prova de que o workshop de Sábado à tarde foi mesmo bom é ter vindo para casa com uma vontade incontrolável de fazer hexágonos de crochet. Talvez a coisa me agrade tanto por ser uma espécie de encontro entre a malha e as mantas de retalhos. Vem aà uma manta (a não ser que eu consiga fazer um casaco parecido com este). Estou a usar a Beiroa em quase todas as suas cores. A minha mãe estranhou ver-me só com uma agulha na mão – crochet?! – e depois lembrou-se deste quadro, que lhe pareceu a inspiração ideal.
…e o melhor site de crochet (e não só) que conheci nos últimos tempos: Ganchitos.
os pompons
Este ano a Câmara de Seia tomou a iniciativa de integrar a transumância que fiz em 2011 na recém-nascida Grande Rota da Transumância. Todos os que quiseram puderam acompanhar uma parte do caminho, entre Seia e o Sabugueiro. A A. e a E. também vieram e aguentaram o calor e os quilómetros pelo meio da serra como gente grande. Depois de tanto ouvirem falar de pêras e cabeçadas e depois da estadia em Fernão Joanes, onde as ovelhas em Maio parecem árvores de Natal, quiseram ir a rigor. Passámos a manhã dos preparativos a fazer grandes pompons coloridos, com beiroa de muitas cores e estes engenhos deliciosos. Read more →
remenda o teu pano…
…durará para o ano.
As minhas calças do inverno passado eram ruças de origem. Este ano precisaram de um conserto, que fiz com entretela fina de algodão e linhas de bordar. Cortei a entretela em rectângulos suficientemente grandes para protegerem um pouco mais do que as áreas mais frágeis e apliquei-a com o ferro pelo avesso. Depois reforcei os remendos com a linha, como se estivesse a acolchoar uma manta.
hexágonos
Uma blusa rasgada no recreio e um remendo de hexágonos. O workshop desta técnica regressa à Retrosaria em Junho.
lavores femininos
Memória de um ensino muitas vezes tirânico e sempre sexista, em que as raparigas (e só elas) aprendiam na escola a coser, cerzir, bordar e fazer meia. É o álbum de pontos de costura da artista plástica portuguesa Alice Jorge, que a própria conservou cuidadosamente ao longo de toda a vida, apesar de, enquanto opositora ao regime, ter provavelmente aplaudido a extinção dos Lavores Femininos. Trata-se de uma das contradições que o paÃs não soube digerir: a luta pela igualdade de direitos entre os sexos arredou as mulheres das agulhas. Deixaram-nas em casa, com as panelas e o tanque de lavar a roupa, como atributo de uma forma de viver que já não lhes servia. A escola da Democracia fez o mesmo e os chamados Trabalhos Manuais vieram morrer ao tempo em que eu andava no liceu. Em vez de se actualizar e estender este ensino também aos rapazes (como acontece noutros paÃses), apagou-se a prática dos têxteis dos currÃculos do ensino oficial, como se conhecimento pudesse ser sinónimo da ignorância disciplinada promovida pelo regime de que saÃramos. Passados 38 anos, quantas e quantos se envergonham ainda de fazer malha em público, quantos acham que gostar de coser não fica bem a um intelectual, quão fundo ficou gravado o estigma? Read more →
remendar
Demora mais tempo do que descer a rua para comprar umas calças novas. Custa menos dinheiro e é mais inteligente, claro, mas a grande diferença está no prazer do durante e do depois. As instruções estão aqui. Read more →