Ao contrário do que aconteceu na dos panos, que não a interessou muito, na exposição Pinturas Cantadas – arte e performance das mulheres de Naya a E. (cuja curiosidade fora despertada pelo lindo cartaz recebido do avô) esteve tão entretida e atenta como nós. É de facto uma exposição invulgarmente interessante, e as peças expostas pedem uma visita demorada (ou várias). Para além disso, é um excelente programa para crianças: as peças estão à altura certa e bem protegidas, auscultadores em alguns panos permitem ouvir as suas histórias e o documentário (que vale a pena ver inteiro) retrata a vida das mulheres pintoras e o meio em que vivem de forma atraente até para uma menina de quatro anos e meio (vê-se com pormenor o fabrico caseiro das tintas, as etapas da pintura e as tarefas da vida quotidiana, no fundo tão semelhantes à s nossas mas tão diferentes).
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Uma das exposições patentes no Museu de Etnologia (a Mary também viu) apresenta (a propósito do trabalho de uma artista plástica contemporânea) lindÃssimos panos tradicionais de Cabo Verde e Guiné Bissau. São compostos por várias faixas estreitas tecidas em tear manual cosidas umas à s outras. Parecem já ter deixado de fazer parte (ou quase) da maneira de vestir do nosso tempo, tendo provavelmente sido gradualmente substituÃdos a partir do século XIX (como na Europa), por tecidos decorados por estampagem (muito mais baratos e em boa parte importados). A tradição no entanto subsiste (pelo menos em parte) graças ao folclore e à procura global(izada) do que é étnico. On-line, encontra-se a Artissal (uma associação de Tecelagem tradicional que produz artigos artesanais de qualidade e promove um projecto de desenvolvimento comunitário na Guiné-Bissau) e uma página norueguesa – The Capeverdean pano – a unique handicraft – com o contacto de Henrique Sanchies, tecelão caboverdeano.
A exposição inclui ainda um conjunto de capulanas da colecção do MNE, recolhidas nos anos 90 na Guiné. A legenda chama-lhes panos legós, designação (local?) que o Google desconhece.
de ver
Na agenda estão os panos pintados no Museu de Etnologia e o projecto Grão no do Azulejo, mas hoje regressámos à Gulbenkian.