Poucos dias antes de ter ido ver a exposição Boro tinha estado a reparar um taleigo muito antigo e invulgarmente bonito que precisava de um remendo e de cordões e borlas novas para voltar a ser usado. Estes sacos contam a mesma história do patchwork rural japonês: são, como o boro, pequenos quadros em que se encontram a escassez, a memória dos afectos (aquele retalho veio dali e o outro dali…) e a procura do equilíbrio, do que é tranquilamente belo. São quadros de ir ao pão, à feira, de ir embora. Um dia talvez o MUDE repare que também eles merecem uma exposição a sério.
Inspirada pela memória desse saco antigo fiz um novo, só com retalhos de tecidos antigos, que não há de facto outros que se lhes comparem nas cores e no toque.
Pormenor de cartaz da Associação católica internacional para obras de protecção às raparigas.
Lindos, os taleigos! Também fico à espera da exposição no MUDE…
Gosto tanto, já tinha saudades de ouvir falar deles. Também tenho um muito antigo e um inacabado que dei à Mary!
Dum lado https://www.flickr.com/photos/professorasandra/725528434/in/photostream/ e do outro https://www.flickr.com/photos/professorasandra/725528536/in/photostream/