Por cá e tanto quanto sei, a tecelagem ainda não foi muito apanhada pela onda (epidemia?) do chamado artesanato urbano (não gosto da designação mas não tenho outra melhor – talvez artesanato global? e-artesanato?). Provavelmente porque não é fácil acomodar um tear em casa (a não ser que seja um destes), mas a tecelagem é um do pontos altos do artesanato propriamente dito português e era interessante ver mais trabalhos novos nesta área. Isto tudo por causa dos trapos e dos tapetes que eu faria (como se tivesse tempo para isso) com as t-shirts velhas que não dão para quilts nem são fáceis de encaminhar para a reciclagem. Os tapetes de trapo devem existir há tanto tempo como os trapos e continuam a ser uma excelente ideia. Em Portugal há-os lindíssimos e por esse mundo fora também. São feitos com trapilho que, se não me engano muito, é desperdício da indústria têxtil, e que também pode ser tricotado (ainda que não seja fácil conseguir grandes resultados desta maneira). No flickr há um grupo (ainda pouco activo) dedicado ao material e vende-se ao peso, por exemplo aqui. A Rosários4 tem uma linha chamada Trapilho (sintético) e a Rowan desistiu de produzir o lindíssimo R2 (na foto).
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bem-trapilho
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23 responses to “bem-trapilho”
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se não me engano, as minhas amigas que crochetam esse material compram-no no mercado do bolhão, no porto.
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Adorei trabalhar com esse material… Ja fiz uma mala e ainda tenho mais trapilho a espera de dias mais longos.
Comprei na loja deste site: http://www.milpontinhos.com
Espero ter ajudado na divulgaçao desta trapice.
=)
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:) na aldeia da minha avó, um tecelão instalava-se, 1 vez por ano, para fazer as “mantas de trapos” das familias.
agora, quando fazemos pic-nic na manta de trapos, a minha mãe distrai-se “ah… e este (tecido) era de uma jaqueta linda quando fui fazer o exame da 4.ªclasse…”.
são resistentes! e gosto quando são rematadas com uma barra de tecido a toda a volta.
bjs!
A.
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Os restinhos de tecido que trago de casa da minha avó encontrei-os porque eram guardados para os tapetes!
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Adorei a tua foto com as duas lindas no seu colo!!!!
Um beijo!!!!
Mariana
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Cara Rosa,
mais do que todo o trabalho de reabilitação dos lavores tradicionais, agradeço-te por indicares o sítio da fábrica de mantas alentejanas da Mizette Nielsen, de que eu já ouvira falar mas nunca soube bem onde estava instalada (o Alentejo é tão grande…).
Como sou viciada em tapeçaria e crochet – tenho um tapede e um vestido para terminar antes do Verão – parece-me perfeitamente lógico que se utilizem os restolhos para fazer coisas bonitas. Afinal, toda a gente sabe que as folhas de jornal enroladinhas servem perfeitamente para cestaria!
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aqui pela figueira há uma lojinha que só vende lãs para arraiolos e os “farrapos” – que ficam lindos como cestos e tapetes :)
eu dou-lhes uma aplicação diferente: gargantilhas! :) são aconchegantes e divertidas :)
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Olá Rosa!
Sabes acho que não é um material tão desconhecido assim pelas artesãs urbanas… Utilizo este material há relativamente pouco tempo, desde Novembro; mas a loja onde costumava comprar esgotou o stock duas vezes desde então! Há uma procura imensa deste “trapilho” cujo nome não conhecia, uma vez que ouvia chamá-lo apenas de “desperdício”.
O que é fantástico é ficar tão económico, ser ecológico e existir em cores e padrões absolutamente fantásticos!
Aqui o meu último WIP em “trapilho”.
http://www.flickr.com/photos/quartodeideias/421107535/
Um pequeno tapete azul! :)
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Cara Rosa,
mais do que agradecer-te por divulgares os lavoures que herdámos das nossas avós, agradeço-te também o teres-me direccionado ao sítio da fábrica de mantas alentejanas da Nizette Nielson, que eu já procurava faz um tempo sem sucesso.
Como também sou aficcionada da tapeçaria, do macramé e do crochet (mais do que do tricot , confesso), venho aqui lembrar que as folhas de papel e revistas bem enroladinhas dão um excelente material de cestaria. Depois é só proteger e pintar a gosto. Fazem as delícias dos filhotes e estimulam todas as à reas do cérebro.
Et voilá, reutilizar, reciclar e sobretudo criar!
Beijinhos
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Adorei a história do tecelão deixada pela Anabela :)
Sara, o trapilho é um material versátil e muito conhecido, eu sei. A tecelagem (com tear) é que ainda não voltou a estar na moda, infelizmente…
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Eu já o tricotei http://filhosecadilhos.blogspot.com/2006/04/taraaam.html e gosto do resultado. É pena que venha todo mal acomodado. Compro-o numa loja de Viseu, e raramente repetem as mesmas cores, o que obriga a cálculos rápidos de quantidades.
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Tens toda a razão Ana, é uma pena que se esteja a perder a técnica da tecelagem. A minha querida avó, com 86 anitos, ainda faz questão de se colocar atrás do tear e fazer alguns trabalhos. Claro que já não os faz com a excelente precisão de outrora, mas admiro a sua persistência no que respeita a não deixar terminar a sua arte. Por vários motivos, nenhum dos seus filhos(as) ou netos(as) seguiu a sua profissão. Penso que de facto, nos arredores da sua terra, não haverá mais quem o faça… infelizmente.
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*precisão (era o que eu queria ter escrito, peço desculpa pelo lapso).
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Olá, passei para dizer um oi e desejar um ótimo fim de semana. Tina
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na familia sempre foi tradiçao,
nessa altura o trapilho fazia-se com os restos de roupa usada,
mando algumas fotos das reliquias que guardamos,
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olá!
off-topic, deixo-te aqui a dica para o mailmeart.com: um site que recebe envelopes que foram decorados pelos remetentes. há prémios para os melhores, que julgo serem posteriormente vendidos.
a frase “wrapping is your canvas” lembrou-me imediatamente de ti!
:) beijinho e continuação de bom fim de semana.
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Olá!
Também há algum tempo me dei conta de que essa arte estava a desaparecer e decidi fazer algo. Descobri uma tia que sabia tecer e pedi para me ensinar. Mandei fazer o tear e agora vou fazendo algumas coisas, com pena pela falta de tempo! Os trapos compro-os numa casa própria numa terra aqui perto, que também vende os tapetes feitos no tear. Tenho algumas fotos no meu blog: http://www.aminhafruta.blogspot.com
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Em Aveiro vende-se a peso na casa branco.
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Talvez tenhas razão de tecelagem não vemos modas. Eu continuo e conheço quem tambem continue a tecer. Não mostro muito o meu trabalho, pois é algo de mim algo de intimo. Ensinei já algumas coisas. A tecelagem é para mim muito especial e talvez tenha força para o mostrar.
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Também não me agrada a designação artesanato e artesão, não sei muito bem porquê… Artesanato urbano então, acho muito disparatado. A língua Portuguesa é muito rica (apesar de traiçoeira) e estou certa que com alguma reflexão sobre este assunto se chegaria a uma melhor e mais dignificante designação para esta forma de estar na vida, que cada vez faz mais sentido.
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acho esse material fantastico por sua diversidade, ou seja como podemos fazer tantos trabalhos belissimos com esse material.é uma pena q a maioria dos sites q vejo são de portugal e ainda não encontrei um lugar aqui no brasil para comprar trapilho,se vcs souberem…agora me diz pode fazer trabalhos com t-shirts? por favor preciso saber, e parabens vcs fazem trabalhos lindos! jaciara
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Há algum tempo que sigo o seu blog e sempre com muito gosto e entusiasmo!! Adoro tecidos desde pequena mas não sei trabalhar com eles… Em criança a minha roupa era feita numa costureira e julgo que desde esses tempos o gosto por tecidos me ficou. Actualmente compro-os e temo que seja só para os ter… não faço nada com eles!!
Entretanto dedico-me ao que sei fazer: crochet.
Mas este comentário deve-se ao facto de ter encontrado este post sobre trapilho!!
Talvez não imaginasse a Rosa que passado dois anos o trapilho seria mais que moda; uma epidemia!!! Mas confesso que gosto.
Numa freguesia da Póvoa de Varzim, a minha cidade, faz-se os tapetes de trapilho, desde sempre! Estão, aliás indicados pela Câmara Municipal como artesanto local.
Bem haja, pelo seu trabalho!!
PS: também sou auto-didata e acho isso fabuloso, faz bem à auto-estima
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Hoje pode comprar uma grande variedade de trapilho em : http://www.mctrapilho.pt
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