Ch. Chusseau-Flaviens, Autriche Vienne, ca. 1900-1919.
Uma das consequências indirectas de o nascimento da A. me ter convertido ao babywearing foi ter passado a questionar a necessidade de usar muitos (senão quase todos) os acessórios que as grávidas e recém-mamãs do mundo ocidental pensam serem essenciais à felicidade dos bebés. Sair à rua com um bebé num sling significa deixar em casa o gigantesco porta-bagagens sobre rodas conhecido como carrinho de bebé. Sem porta-bagagens aprende-se a simplificar e chega-se à conclusão de que quase nada chega perfeitamente.
Trainee nannies at a Nursery Training Centre push prams. 1926 (arq. Corbis).
Ao perceber que os carrinhos são só mais um dos acessórios dispensáveis passei a olhar para eles com outros olhos. Popularizados no tempo da rainha Vitória, fazem na sua origem parte de um tipo de maternidade delegada em amas e criadas, com uma enorme distância entre os olhos da mãe e a pele do filho. O século XX democratizou o acesso aos carrinhos e deu-lhes novos feitios e materiais, mas não encurtou essa distância.
Russell Lee, Women with Baby Carriage. 1938 (arq. Corbis).
Links:
One Ride Forward, Two Steps Back: os potenciais efeitos negativos da falta de contacto visual com os bebés que andam de carrinho. Vale a pena ler também as reacções dos leitores.
Can we shush the SUS?: carrinhos e obesidade e o meu carrinho é melhor que o teu.
Caricaturas vitorianas: Man pushing strabge carriage e The careless nursemaid.
stranded_starfish, Sem título, 2008.
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