Apesar de não terem a qualidade das da Diane, não resisto a mostrar algumas fotografias que tirei em Baltar na oficina do Sr. João, tamanqueiro. Fomos recebidos sem a estranheza habitual por sermos de fora, o que é natural num artesão que recebe visitas frequentes e encomendas à s quais não tem mãos para dar resposta (recentemente um visitante japonês quis comprar várias centenas de pares). O Sr. João não tem ajudantes nem aprendizes. O filho que aprendera o ofício morreu e os jovens de hoje querem empregos certos a ganhar logo um bom ordenado. Mas fazer tamancos não é como fazer carros de bois, ou outras artes que o progresso tornou obsoletas. Os moradores destas aldeias, como o Sr. Júlio e muitos outros que vimos passar, continuam a preferir os tamancos ao calçado moderno por protegerem melhor da humidade e do frio. E os que o Sr. João faz são tão bonitos, com a sua sola de amieiro e as tiras de pneu a aligeirar o passo, que nem na cidade parecem estranhos (estreei hoje os que de lá trouxe). Talvez os austríacos pudessem importar o Sr. João e o seu património imaterial por preservar…
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Comments
10 responses to “baltar”
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São uma maravilha!! E muito mais saudáveis que o calçado chinês que por aí se vai comprando…
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A primeira fotografia é poesia.
Gosto da luz, das cores, da história que contam.
Anotei: Baltar. Vou gostar de lá ir…
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That’s the gentleman i bought my much loved tamancos from in the feira of Castro Daire! (http://www.flickr.com/photos/fidalix/495345459/) How wonderful to be visiting the workshops of the artisans like sr Joao. My shoes have had 6 years use, the tyre is getting thin, but still going strong. They were my best shoes when I worked in the market, keeping me warm with their insulation from the floor. Now are my preferred shoe when it’s raining as you tower over the puddles! They took a while to be able to wear a full day without my ankles hurting. I loved how they came tied together with string with perforations in the leather. Good to see he is still going strong, despite the obvious sadness of noone learning from his skills.
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Que encantador!
Bom para sempre olhar e apreciar…
Suas fotos e atitude de divulgar algo tão precioso, – é lindo!
Sempre aprendo muito vindo aqui!
bjos e ótimos dias cheios de criatividade!
Chris da Chria -
Muito lindo, o que eu adorava aprender esta arte.
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I love this kind of workshops and craftsmen. The photos are beautiful!
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Ha muito que procuro por tamancos originais feitos em Portugal, e quando encontrei sua pagina fiquei encantado. Ja caminhei do Porto a pe’ ate’ Santiago de Compostela, duas vezes, e nunca encontrei um par de tamancos a venda. Por favor, gostaria muito de saber o nome e a direcao do Sr, Joao, porque quando passar por la quero comprar um ou dois pares. Se tiver o numero do telefone, tambem fico muito agradecido.
Voce fala de Baltar: ha um Baltar perto de Arcos de Valdevez e outro Baltar, entre Valongo e Paredes.
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Com esta deu-me para chorar. De tristeza porque nao ha quem siga estas artes, de alegria pelo vosso entusiasmo e pela beleza dos sapatos.
E no que da viver longe da terra e das serras.
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[…] fios não destoariam nos melhores livros japoneses, mas o que gostei mesmo (depois do episódio dos tamancos de Baltar) foi de ver as madreà±as e albarcas, umas aconchegadas com palha dentro, outras com escarpines de […]
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Quem aprecia o ofício de tamanqueiro, gostará também de saber que, a montante, existe um outro: o de pauzeiro.
Podem ver a reportagem sobre um casal de pauzeiros de Barcelos aqui:
http://www.feiradebarcelos.com/artesaos/joaquim-torres
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