gola minderica

gola minderica

A gola minderica, não sendo directamente inspirada numa peça de malha, foi escolhida para o livro por ter nascido do meu fascínio pelas mantas artesanais portuguesas. Neste caso baseei-me nos padrões das mantas de Minde que, apesar de fazerem parte do repertório mental de quase todos os portugueses, poucos associam ao seu local de fabrico. Fazem-nos pensar no Ribatejo ou chamamos-lhes alentejanas, sem saber que vêm de uma terra pequenina, mais a norte, com uma longa história de teares caseiros e comerciantes orgulhosos que as espalharam por todo o sul de Portugal. Os mindericos distiguem bem as suas mantas janotas (as mais coloridas) das do alentejo. As cores não são as mesmas, nem é igual a dispersão dos motivos pela superfície do tecido. Mas um leigo pode facilmente confundir-se. O que é inequívoco é que os padrões de Minde constituem um manancial gráfico que apetece tricotar, respeitando as paletas ou inventando outras. A sua estrutura composta por motivos pequenos, muitos dos quais se repetem sempre ao mesmo ritmo (3, 2, 1, 2), torna o trabalho a duas cores bastante fácil de memorizar e rápido de fazer.

Para encontrar uma manta de Minde verdadeira, das que são feitas em tear manual com fios de lã, é preciso ir ao CAORG e fazer figas para que haja stock, porque elas desaparecem mal saem das mãos do tecelão Elias.

Estas duas golas foram feitas em Beiroa. Uma é a do livro, com a sua bainha de bicos, e a outra foi feita numa paleta mais quente, com o castanho natural por fundo, e com as orlas em canelado (três serões chegaram para a terminar).

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This cowl from the book was inspired by the handwoven blankets from Minde. Minde is a small town with a strong tradition in weaving and trading. The blankets were woven at home and then sold by the men, who travelled in the Summer to sell them in the big farmers markets of the south. They feature small and repetitive motifs, which translate perfectly into knitting. And their bold palettes are an endless source of inspiration.

gola minderica

gola minderica

Comments

18 responses to “gola minderica”

  1. Alexandra durão Avatar

    São lindas, quem sabe um dia aprenda a fazer umas assim! : )

  2. miriam Avatar

    adoro. não tenho conhecimento suficiente para me aventurar a fazê-las mas são tão lindas! =)
    <3 as cores das fotos! ;)

  3. Virgínia Avatar

    adoro adoro adoro! Parabéns por tudo, Rosa.

  4. mãe Avatar
    mãe

    filha linderica

  5. Nuvea Avatar

    Wow! I spent many nights covered up under these blankets at my grandmother’s house in Mira De Aire, very close to Minde! Thank you for bringing back the memories!

  6. ana margarida Avatar

    Miúda gira essa da fotografia e as golas para uma leiga parecem impossíveis de fazer.

  7. vera joão Avatar

    Adoro. São lindas. O padrão, as cores, tudo.

  8. Joana Avatar

    Fenomenais!!! Adorei!

  9. Joana Avatar

    Rosa, nem de propósito, vi hoje este vídeo sobre o Minderico, dialeto da vila de Minde.

    1. Rosa Pomar Avatar

      Joana, então já sabes o que é “atazanar menízias no ninhou” :)

  10. Francesca Avatar

    Beautiful, and beautiful photos!

  11. Ricardo Guerreiro Avatar

    Tch.. essa golinha, pouco bela!

    1. Rosa Pomar Avatar

      ora, a Inês faz-te uma num instante!

  12. Inês Avatar
    Inês

    Desafio aceite!

    1. Rosa Pomar Avatar

      Boa, depois mostrem!

  13. Ana Pardal Avatar
    Ana Pardal

    Já percebi porque é que sempre associei esse padrão à s mantas alentejanas… porque as mantas que havia na aldeia dos meus pais eram feitas por um senhor de lá que aprendeu a fazê-las e comprou os teares precisamente em Minde. Ou seja, naquela pequena aldeia do Alentejo, a 10 km do Redondo, as mantas usadas eram mindéricas e não alentejanas!
    Muito bonitas… e qualquer dia aventuro-me ;-)

  14. miriam Avatar

    voltei aqui… voltei para rever as golas. adoro-as! tenho que me aventurar… caramba, são mesmo lindas. e tu, rosa, estás divina na 1ª foto.

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