Soube da existência de um fabricante de mosaico hidráulico em Estremoz pela revista K (ou seja, há mais de quinze anos), mas só graças a um comentário neste post fiquei finalmente a saber como se chamava. Hoje rumámos ao Alentejo para conhecer a Fábrica de Mosaicos Hidráulicos de Estremoz.
O Mestre Lúcio Zagalo faz mosaico hidráulico desde os catorze anos. Trabalhou em várias oficinas durante a juventude e acabou por abrir o seu próprio negócio. Na pequena fábrica (todos os mosaicos são feitos por ele numa única prensa) reúne cerca de dois mil (!) moldes diferentes, uns herdados, outros mandados fazer a gosto do cliente ou para trabalhos de restauro de pavimentos antigos. De cada molde podem sair muitos padrões, dependendo da forma como se usem as cores, pelo que as possibilidades são quase infinitas. Depois há ainda os lindíssimos mosaicos com fingido de madeira ou mármore, feitos com muita arte (desenhados individualmente à mão e sem molde). O melhor é ver, escolher e levar impresso, porque só uma ínfima parte dos desenhos está em exposição e o que apetece quando se lá chega é trazer um de cada.
Atrás da oficina há um tanque onde os mosaicos fazem jus ao nome (esqueci-me de perguntar que papel tem este mergulho prolongado no processo de fabrico) e por todo o lado há quadrados empilhados e à espera de um chão ou espalhados numa espécie de mostruário informal.
O Mestre Lúcio Zagalo é uma simpatia e não se cansa de falar da arte do mosaico. Mostra os materiais, as ferramentas e os processos enquanto vai exibindo todo ufano um molde que foi desencantar recentemente com um cisne e o respectivo lago. Mesmo a fazer lembrar os deste livro, que prometi enviar-lhe muito em breve.
Chega-se à fábrica muito facilmente: sai-se da A6 em direcção a Estremoz. Ao chegar à rotunda que antecede a entrada na cidade, segue-se em frente em direcção a Portalegre. Vira-se pouco depois em direcção ao Centro de Saúde e depois é só seguir as placas que dizem Zona Industrial. Na zona industrial, procurar do lado esquerdo da estrada a placa da fábrica de mosaicos.
Ainda mais fotografias.
Ah, e o Sr. Lúcio vende o mosaico a menos de metade do preço da concorrência!
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