Acho que é a última mercearia da rua com mosaico hidráulico no chão e não me espantava se fosse a última do bairro. A D. Ana está em obras e disse-me que a Câmara a mandou substituir o chão, que tem mais de cinquenta anos de uso e, fora a cor se ter desgastado, está impecável (como este que, um quarteirão acima, ainda resiste), por um pavimento cinzento, de aspecto plástico, que aposto que não durará nem dez. Porquê?
PS: O comentário da Fátima, que agradeço, levou-me a subir a rua para ouvir a história mais bem contada. A D. Ana garante que foi a CML que a obrigou a substituir o chão, mas creio que terá sido a ASAE (que percorreu recentemente o bairro). O tristemente famoso excesso de zelo desta autoridade tem levado a protestos por razões semelhantes noutras partes da cidade. É inaceitável que as mercearias tenham de se livrar dos armários em madeira e todos os seus outros mobiliários e revestimentos de origem quando estes se encontram em bom estado. É inaceitável que, sendo justificada a substituição de pavimentos, os Gabinetes Técnicos dos bairros antigos não aconselhem os comerciantes, pelo menos, a colocar material novo igual ao antigo. Vão os armários para as lojas chiques de design, onde são vendidos a preços exorbitantes, e ficam as mercearias vestidas a azulejo de casa de banho. Lá vai Lisboa…
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