de ir ao pão

dona a.

dona a.

Quando comecei a ir sozinha ao pão (deve ter sido há um quarto de século, mais ou menos), toda a gente levava o seu próprio saco de pano. Quem não levasse pagava dois ou três escudos (que devia ser quase o preço de um papo-seco) por um de plástico. Hoje em dia vêem-se muito poucos sacos de pano na padaria e consta (disse-me uma padeira) que até há uma norma que impede quem vende pão de sequer aceitar pô-lo nos ditos por razões de higiene (que paranóia, sinceramente). Eu e a Dona A. somos duas das resistentes aqui da rua. Ontem armei-me em alfaiate lisboeta dos taleigos e não resisti a pedir-lhe uma fotografia.

A propósito do que e do como comemos, veja-se, reveja-se e recomende-se nas escolas dos nossos filhos:

Comments

16 responses to “de ir ao pão”

  1. Joana Avatar

    Rosa, ontem estive a ver esta conferência e confesso que tive dificuldade em adormecer. Além de gostar muito do Jamie Oliver e de achar o seu trabalho meritório, mesmo que por vezes seja demasiado “comercialão”, acho que o salto que estamos a dar para o desenvolvimento americano neste capítulo é vergonhoso.
    Não é preciso recuar muitos anos – quando nós erámos miúdas não havia nada, nem sumos, nem doces em todo o lado, nem abundância de estilo algum. Os miúdos por norma brincavam na rua e corriam que nem uns loucos, e tomavam (quando tinham) o pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar. Mais nada. Agora a cultura é de passar o dia todo a comer, de preferência a ver televisão (muitas famílias a jantarem à  frente da televisão, emborcando sem pensar tudo o que têm no prato). Snacks a toda a hora e o mais possível comida mais processada, doses mega gigantes. Uma tristezinha. Conversa fundamental. Pode ser que agite algumas consciências.
    bjs Joana

  2. Clara Hugman Avatar

    Que alegria ,esta senhora demostra.O taleigo é lindo!
    É mesmo uma exagerada “paranóia” tanta regra de higiene.
    Para algumas coisas foi boa a mudança.
    Mas será que ficamos verdadeiramente mais saudáveis?????
    Ou a riqueza das nossas tradições vão-se mesmo perder????
    Bem hajam as resistentes e a que se armou em alfaite lisboeta!!!!!!!

  3. Débora Avatar

    Só sobre o pão: em Lisboa, é cada vez mais difícil comprar pão sem aditivos. Mesmo aquele que sai acabado de fazer aqui e ali nos vários supermercados da cidade, se lerem os rótulos está cheio de conservantes. E para quê ? O pão é feito com farinha, água e sal, não precisa de mais nada. Se ficar duro fazem-se torradas ou uma saborosa açorda e se durar ainda mais tempo ganha bolor, é assim que deve ser. Por essa razão passei a fazer o pão em casa. Aconteceu-me o mesmo com as bolachas e os biscoitos, nunca mais comprei. Não tenho muito tempo livre, mas preferi começar a geri-lo de forma a comer bem. Não consigo perceber a razão de tanto aditivo e conservante, por isso recuso-me a consumi-los.
    Lindos taleigos!
    Obrigada pela conferência do Jamie Oliver, vou divulgar :)

  4. Catarinanl Avatar

    Cá para cima ainda não é assim tão raro o saco do pão. Principalmente pendurado nas portas das casas, para que o padeiro, que passa de madrugada a fazer a distribuição do pão do dia, tenha onde o deixar. E por incrível que possa parecer para alguns, ninguém o rouba.

  5. Sandra Avatar

    Rosa, obrigada pela partilha, é realmente assustador! E felizmente esta preocupação é bem patente nas escolas dos meus filhos, mas infelizmente muitas há onde o mesmo não se verifica e DEVIA!! O Saco é lindo!

  6. Juana @ SweetVisualAids Avatar

    Obrigada pelo video do Jamie Oliver!

  7. Rita Avatar

    Acho sinceramente que trabalho que o Jamie Oliver tem feito nas escolas em levantar este problema tem sido muito muito importante

  8. Lucy Avatar

    eu lembro-me tao bem dos sacos de retalhos que a minha avó fazia. felizmente muitos deles foram para mim e ainda os tenho. agora são pequenos grandes tesouros.

  9. Liliana Gonçalves Avatar

    Olá

    Ao visitar o teu blog hoje, veio-me à  memoria a merciaria da minha avó, numa aldeia perdida do nosso pais… É curioso o que melhor recordo desa mercearia são os aromas… Naquela altura o pão ainda era guardado nuns armários de madeira, as especiarias vendidas ao pesso… De facto a nossa memória é incrivel, recordo tão bem aquele aroma quando entrava na loja… Hoje já não sentimos esses aromas ao entrar nas lojas, é uma pena…

    Beijos da Lili

  10. A mãe que capotou Avatar

    Pois eu que nem sou (ainda) uma mulher prendada milito pelo saco do pão e o cesto das compras. Sabiam que 80% dos sacos de plastico que consumimos vai parar aos oceanos ?
    Sacos de pão são bonitos, personalizados e ecologicos. Os meus sacos e cestos foram comprados, confesso, mas qualquer dia meto mão à  obra (ler maquina de costura) e, enquanto ganho coragem, vou dormindo sem pesos de consciência ecologica.
    Em relação à  desculpa das regras de higiene, nem faço comentarios…

  11. joana Avatar
    joana

    eu sou mais que adepta e fã dos taleigos!e na rua também já sou conhecida como a menina que leva sacos de pano. :)

  12. Ana Avatar

    Aqui por estas paragens sou a única a levar sacos quer à  padaria (o meu lindo taleigo, oferecido como presente de casamento) quer à  mercearia. Ao princípio, tinha que explicar tudo, porque é que levava os sacos, etc, etc. Agora já me conhecem e já me preparam as compras como quero, felizmente. Quando me dizem que os sacos se vão sujar, eu respondo que vão à  máquina e ficam óptimos outra vez! :)

    As mentalidades vão mudando, a pouco e pouco. :)

  13. monica Avatar

    pão e águas ;)

  14. […] e os transeuntes estão no seu melhor. Das raras vezes em que me atrevo as respostas variam. Sins envergonhados, nãos ofendidos e então tire lás como o do simpático limpa-chaminés de ontem. No resto do dia […]

  15. Patricia Avatar
    Patricia

    Olá Adorei a sua pagina, eu tenho alguns taleigos desses feitos pela minha sogra. São peças maravilhosas muitos parabéns. Adorei Feicidades

  16. […] que os torna tão irresistíveis, mas são-no um pouco por todo o mundo. Nos cantos de alforges e sacos, na ponta dos pés, na cabeça de pessoas e bichos. E quanto mais bonito for o fio de que são […]

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