Autor desconhecido, Retrato de mulheres (sec. XX). Papel montado sobre madeira, col. Museu de Arte Popular (via MatrizPix).
A imagem de cima deve ser a mais bonita que conheço de mulheres portuguesas a fiar. Hoje foi o que fiz boa parte da tarde. Aprendi já há meses, com a Tita Costa, mas só agora que tenho a matéria-prima que procurava me empenhei em aperfeiçoar a técnica. Diz a bibliografia (Normas de Inventário. Etnologia / Tecnologia têxtil, IPM, 2007) que estes fusos (usados em Portugal, Itália, França e julgo que poucos outros países) são os de tipo 2, caracterizados pela ausência de volante ou cossoiro (aquela base ou rodela dos chamados drop spindles que também se usam por cá em muitas aldeias) e pelo sulco helicoidal que percorre o topo da haste. Este, que tão bem fia mesmo nas mãos de uma principiante, deve ter cem anos e é de uma amiga. Quem me dera nestas férias ter a sorte de encontrar o da minha bisavó…
Artur Pastor, Mulher a fiar [entre 1942 e 1944]. Col. Arquivo fotográfico da CML.
Fusos de tipo 2 (séc. XX, vários pontos do país) da colecção do Museu Nacional de Etnologia (via MatrizPix).
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