A minha paleta de beiroas tingidas com corantes naturais vai crescendo aos poucos. Como não tenho balanças em casa não consigo dar receitas exactas do que já fiz, mas posso dizer que:
1. A segunda meada a contar da esquerda foi tingida com líquenes oferecidos pela Alice iguais aos que usei aqui mas mordentada (acho que durante tempo de menos) com alúmen. A cor ficou distribuída mais uniformemente mas bastante pálida. Tanto quanto sei, para obter cores mais interessantes a partir dos líquenes, estes têm de ser fermentados durante muito tempo (o agente usado tradicionalmente neste processo é urina). Num apartamento não me está a parecer possível fazer experiências assim tão radicais.
2. A terceira meada foi tingida com cascas de cebola e vinagre. A receita mais simples de todas é: pedir à merceeira da rua para nos guardar as cascas das cebolas (em casa demora muito tempo a conseguir uma quantidade suficiente por muito estrugido que se faça). Pôr as cascas e a lã num tacho com água suficiente para a lã estar totalmente submersa e aquecer muito lentamente. Voltar a lã de vez em quando para homogeneizar a tintura mas com muito cuidado para não feltrar. Deixar no lume mínimo umas duas horas sem que a água ferva. Juntar vinagre para fixar a cor (mesmo assim durante a lavagem da lã a seguir à tintura saiu bastante tinta).
3. A meada da direita foi mordentada em alúmen durante umas horas, depois lavada e a seguir tingida com cascas de cebola da mesma maneira que a anterior. O resultado foi absolutamente surpreendente. O alúmen é uma substância conhecida desde a antiguidade e encontra-se à venda por exemplo na Drogaria Central, na Baixa. Como não é tóxica nem cara, esta experiência de tintura caseira com casca de cebola é boa para fazer com crianças.
A seguir vou experimentar a Garança ou Ruiva, que a Maria Adelaide me ofereceu há dias.
Rubia in The Herball or Generall Historie of Plantes: Of Madder. Chap. 444.
Leave a Reply