Terminou no Domingo aquela que foi sem dúvida a mais importante exposição de têxteis em Portugal deste ano. Esteve só durante o Verão, na galeria de exposições temporárias do Mosteiro de Alcobaça. Não foi uma exposição com novidades a nível científico, nem ficaram mais explicados os contornos misteriosos destes tecidos tão amados do Portugal de oitocentos que não se sabe como nem porquê vieram depois a ser baptizados como sendo de Alcobaça. Mas foi uma imperdível ocasião de divulgação deste património industrial e gráfico e um absoluto deleite para os olhos. Vi a exposição no regresso das férias e depois novamente na privilegiada companhia da mulher que até hoje mais tempo dedicou ao estudo das chitas e da sua história, a D. Maria Augusta Trindade Ferreira, autora dos textos dos catálogos que acompanharam as principais exposições anteriores e também do livro De Gil Vicente à s Colchas de Alcobaça (ed. Câmara Municipal de Alcobaça, 2004).
Chita comemorativa com as efígies de D. Luís I e D. Maria Pia (2ª metade do século XIX). Col. Museu Nacional do Traje.
Entre as peças mais interessantes estava um conjunto de vestidos de chita datados dos anos de 1940 e feitos a partir dos tradicionais lenços de fundo azul escuro com ramagens amarelas e vermelhas (tão parecidos com os de Moçambique) e uma belíssima saca (ou bolsa, ou taleigo) com uma história que ouvi contar ao almoço, e que podia ser a do quadro de Domingos Rebelo…
Saca de chita (finais do séc. XIX). Col. Jorge Pereira de Sampaio.
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