Category: História têxtil

  • as meias das pernas

    Alguns dias, muitas curvas e outras tantas histórias depois, chegámos a Montalegre, onde tinha estado há três anos. Uma das razões deste passeio foi conhecer pessoalmente a Daniela Araújo, antropóloga e autora de um dos meus blogs preferidos, Uma Ovelha no Quintal. Juntas visitámos um dos muitos protagonistas do seu levantamento de saberes e tradições…

  • pêras e cabeçadas

    Em véspera de partida para férias, o trabalho não permitiu que acompanhasse a descida da Serra, adiantada pelo mau tempo em relação ao previsto, mas cheguei a tempo da última caminhada e do convívio. Com as férias regressaram à  terra vários ex-pastores e ex-futuros pastores que a vida levou a outros países. Também eles desceram…

  • mosteiro de s. vicente de fora

    Pormenores do museu do Mosteiro de São Vicente de Fora (sem site oficial), onde fui pela primeira vez esta semana (ainda há museus por descobrir, mesmo na minha cidade): uma Virgem a coser enquanto o Menino varre o chão, dedais e cossoiros de fusos do núcleo arqueológico (mal assinalado no percurso mas para mim o…

  • arrancar. moda em tricot

    Para si, Leitora Pela primeira vez no nosso País, uma revista de malha e moda totalmente nacional. A Mulher Portuguesa é, sem sombra de dúvida, das melhores do mundo em aptidão manual. As pequenas maravilhas de trabalho artesanal que nascem (por vezes, tão discretamente) das suas mãos habilidosas merecem mais encorajamento, mais elogio e renome.…

  • dos bodes

    Há vários meses, ao ler sobre a Serra de Montemuro, aprendi que os bodes vindos na transumância da Serra da Estrela traziam nessa ocasião os chifres enfeitados com fitas e pompons. Os que acompanhámos não levavam os enfeites, mas pelo menos um tinha os chifres cheios dos furinhos necessários para os segurar, e disse-me o…

  • a transumância iv

    Iam vestidos a preceito, e não era por nossa causa. Só o maioral e o Pedro levavam o colete e a camisola de xadrês debruado a burel recortado, mas quase todos nos impressionaram pelo inesperado aprumo. Colete de lã feito no alfaiate (tema para outro post), chapéu de feltro (de coelho para os mais velhos,…

  • ◲◲

    A manta da fotografia foi feita há duas gerações atrás, pela avó da Renata. As almofadas das outras fotografias foram feitas com a mesma técnica (num workshop da Retrosaria). No século XVI já se faziam mantas de retalhos em Lisboa. Como seriam?

  • d. vitorina

    Pormenor do Saltério de Luttrell, século XIV. British Library. Para além de ver lavar a lã, fui a Mértola para conhecer finalmente a mulher de cujas mãos nasce o fio usado nas mantas da Oficina de Tecelagem. A D. Vitorina aprendeu a fiar em criança mas só crescida pegou na roda, numa altura em que…

  • renda do pêlo de cabra

    A seguir à s viagens e à s segundas-feiras de biblioteca, é na Retrosaria que aprendo mais sobre malhas. Volta e meia, no meio de uma conversa, alguém tira da mala uma coisa para mim totalmente nova. Foi o que aconteceu há dias, quando a D. Abília Ferreira (aluna da Rita Correia) me surpreendeu com este xaile…

  • a sumbia

    Man and His Horse. Senegal, 2005. Se as malhas portuguesas têm muitas histórias por desvendar, sobre as africanas pouco li até hoje. No entanto estão por toda a parte, de Norte a Sul, de uma ou cinco agulhas, de lã e de fibras vegetais, manuais e mecânicas. A sumbia é o gorro que muitos homens…