Category: Cultura popular

  • a transumância I

    Uma mole de homens e animais subiu a montanha em busca de alimento, como todos os anos há milhares de anos. Ovelhas, cabras, homens, cães, duas mulheres. Do nascer do sol ao meio dia, do ar imagino que parecêssemos um organismo vivo, cor de terra, esticando e engrossando consoante a largura dos caminhos, acordando o…

  • d. vitorina

    Pormenor do Saltério de Luttrell, século XIV. British Library. Para além de ver lavar a lã, fui a Mértola para conhecer finalmente a mulher de cujas mãos nasce o fio usado nas mantas da Oficina de Tecelagem. A D. Vitorina aprendeu a fiar em criança mas só crescida pegou na roda, numa altura em que…

  • a lã portuguesa a gostar dela própria*

    Quando, em 1994, participei como voluntária nas escavações do Campo Arqueológico de Mértola, descobri na Cooperativa Oficina de Tecelagem a lã mais macia que vira até então. Foi o meu coup de foudre com a lã portuguesa. Vim para Lisboa carregada com toda a que pude comprar, e dela nasceram uma camisola que durou mais…

  • sinfonia imaterial

    É o novo filme de Tiago Pereira. Estreou na quinta-feira e está até hoje no cinema City Alvalade. Os jornais têm dado o merecido destaque, mas não basta ouvir falar, é preciso ir ver.

  • chinelos

    Umas pantufas ou chinelos em crochet, irmãos dos escarpines espanhóis e parentes dos çetik da Turquia ou destes outros, Albaneses, entre muitos possíveis cujas imagens apetece ver lado a lado. Os da A, que que ela quis estrear imediatamente apesar de ainda estarem granes, foram feitos pela minha amiga Maria Adelaide na lã Beiroa, e…

  • atavios

    Este ano choveu durante o Desfile da Máscara Ibérica e acho que vieram menos grupos que no ano passado, mas valeu na mesma a pena ir assistir. Quanto a malhas, vi de perto algumas meias rendadas, as luvas à s riscas de um diabo trasmontano e vários xailes que feitos noutras cores e fios não destoariam…

  • baltar

    Apesar de não terem a qualidade das da Diane, não resisto a mostrar algumas fotografias que tirei em Baltar na oficina do Sr. João, tamanqueiro. Fomos recebidos sem a estranheza habitual por sermos de fora, o que é natural num artesão que recebe visitas frequentes e encomendas à s quais não tem mãos para dar resposta…

  • mezio

    Do Mezio, a fronha delicada para usar só depois de morto, que em vida não havia lugar para tal luxo, e a renda de passarinhos que me apetece experimentar.

  • rossão

    No Rossão, o Sr. Júlio, cesteiro, convidou-nos a entrar em casa. Na cozinha, onde nas noites de inverno vai fazendo as brezas e outros cestos, vimos as ferramentas em urgueira (madeira de urze), queijos caseiros do leite das suas vacas e ainda as meias cor de laranja que trazia dentro dos tamancos, feitas pela mulher…

  • nana menino

    Trouxe de Montemuro este brinquedo. É uma miniatura dos berços locais, com um bebé de pano aconchegado debaixo de um cobertor de malha com tirinhas de tecido entretecidas. Não sei se esta técnica é conhecida de muita gente, por isso amanhã mostro como se faz.